Diz Manuela Silva, antiga presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, da Igreja Católica
Lisboa, 28 set 2015 (Ecclesia) – A economista Manuela Silva, antiga presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, da Igreja Católica considera que a campanha para as eleições legislativas “tem deixado na sombra temas essenciais”.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, a especialista destaca áreas como “a integração de Portugal na Europa”, com particular enfoque agora na situação dos “refugiados”; também a Educação, a Segurança Social, a Justiça e a desertificação do país”.
Tudo áreas onde, segundo Manuela Silva, falta um “planeamento estratégico” e uma “visão perspetiva”.
Para a economista, a crise dos refugiados na Europa “é um bom exemplo de uma problemática nova, cheia de consequências” mas onde “não tem sido possível encontrar até agora um consenso”.
“A Europa não pode fechar os olhos e as portas a essas populações que fogem da guerra e que lutam pela sua própria sobrevivência e portanto isto são debates que têm que acontecer não só no âmbito das campanhas para as legislativas mas ao nível da sociedade como um todo”, alerta a antiga secretária de Estado do Planeamento.
Em declarações divulgadas na edição mais recente do programa 70×7, na RTP2, Manuela Silva destaca também a importância de consciencializar as pessoas para o voto.
Para isso é preciso combater a desconfiança estrutural que existe face aos políticos, a começar pelas novas gerações que, segundo a pioneira no estudo do desenvolvimento comunitário em Portugal, têm dado mostras de “uma grande alienação”.
“Como estamos a preparar as gerações mais novas, crianças e jovens”, no sentido de “uma educação para os valores, para o cuidado, para a responsabilidade para consigo próprio e para a participação na sociedade?”.
Para Manuela Silva, este teria sido mais um “bom tema para discutir nesta pré-campanha eleitoral”.
JCP
