D. António Moiteiro assinala que a caminhada quaresmal tem «etapas, obstáculos a vencer e metas a atingir»
Aveiro, 08 fev 2024 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro convida a diocese a ‘peregrinar para a mudança’ na sua mensagem para a Quaresma, divulgada esta quinta-feira, afirmando que votar nas próximas legislativas pode ser uma “prática de conversão”.
“Votar não é apenas um direito, mas sim uma exigência que nasce da fé cristã e que está na Doutrina Social da Igreja”, explica D. António Moiteiro, na mensagem enviada à Agência ECCLESIA.
O bispo de Aveiro assinala que a caminhada quaresmal 2024 tem “etapas, obstáculos a vencer e metas a atingir”, e destaca iniciativas relacionadas com a Igreja Católica, de âmbito universal e diocesano, e da participação cívica de cada pessoa.
No dia 10 de março, todos são chamados a “contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e menos desigual”, na participação cívica no ato de votar nas eleições legislativas 2024, que pode ser uma “prática de conversão própria” da Quaresma.
“Há valores dos quais não podemos prescindir, como sejam o respeito pela vida humana, uma sociedade onde as injustiças, as desigualdades sociais e salariais, a corrupção, os lucros desmedidos de alguns, à custa de tantos outros, não tenham lugar nos vários campos da vida social, desenvolve D. António Moiteiro.
O bispo de Aveiro indica que, nos dias 8 e 9 de março a Igreja celebra as ‘24 horas para o Senhor’, “de oração intensa e adoração ao Santíssimo”, a pedido do Papa Francisco, e aconselha a utilização das catequeses ‘Redescobrir as origens e o sentido da celebração da Eucaristia’.
Neste tempo da Quaresma, a Diocese de Aveiro vai realizar também um retiro, “um tempo de mais oração e partilha de vida e de encontro com Deus”, nos dias 16 e 17 de março, na Casa Diocesana de Albergaria, em sintonia com a temática do Congresso Eucarístico Nacional, ‘Partilhar o Pão, alimentar a Esperança’.
D. António Moiteiro começa a sua mensagem quaresmal a recordar que a diocese está a celebrar um Ano Jubilar pelos 600 anos do início da construção da igreja do Mosteiro de Nossa Senhora da Misericórdia, a catedral diocesana, e explica que a ‘Indulgência Plenária’ do jubileu “é concedida nas condições habituais – confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Sumo Pontífice”.
A Quaresma é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), que tem início com a celebração de Cinzas (14 de fevereiro, em 2024), marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência; serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (este ano a 31 de março).
O bispo diocesano informa também que vão apoiar a Diocese angolana de Luena e o Fundo de Emergência Social da Cáritas Diocesana de Aveiro, com a Renúncia Quaresmal deste ano.
“As razões prendem-se com os laços que o Serviço Diocesano de Ação Missionária tem com a diocese angolana e a preocupação com os pobres, os imigrantes e os que não têm condições de vida digna e que todos os dias batem à porta da nossa Cáritas, e dos grupos Socio-caritativos e Vicentinos”, explica D. António Moiteiro, realçando que para muitos irmãos “a vida tem sido muito dura, fruto das desigualdades sociais” que se vão acentuando na nossa sociedade.
A Diocese de Aveiro tinha divulgado a sua proposta de itinerário quaresmal que convida a ‘peregrinar para a mudança’, a caminharem juntos, nos 600 anos do início da construção da atual catedral apoiados em pedras e valores.
CB/OC