Responsáveis católicos recordam princípios do pensamento social cristão
Lisboa, 03 out 2015 (Ecclesia) – Os bispos portugueses lançaram vários apelos ao cumprimento do dever cívico de votar nas eleições legislativas deste domingo, recordando aos católicos e à sociedade em geral os princípios do pensamento social cristão.
Na última assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), os prelados aludiram à necessidade de “a sociedade portuguesa assentar numa base comum de valores sociais e humanistas”.
“A sociedade ganharia se tivesse em conta princípios do pensamento social cristão, tão acentuados na programática exortação apostólica «A Alegria do Evangelho» do Papa Francisco”, acrescentavam, no comunicado final do encontro.
O documento enumerava “causas essenciais” como o respeito pelo bem comum, pelos princípios da solidariedade e da subsidiariedade, pela vida empresarial criadora de trabalho e da riqueza, pela justa promoção social dos pobres, pelo apoio aos mais frágeis, em particular os nascituros, às mães gestantes e às famílias.
Outras preocupações enunciadas foram a salvaguarda da vida humana em todas as suas fases, a valorização da vida familiar e da educação dos filhos, o trabalho e o emprego, a saúde e a segurança social, o acompanhamento dos que emigram, a integração dos imigrantes e o diálogo sociocultural inclusivo.
Já no início de setembro, o cardeal-patriarca de Lisboa aconselhou os católicos a analisar programas eleitorais dos partidos portugueses à luz da Doutrina Social da Igreja, com particular atenção às políticas em favor da vida e do trabalho.
D. Manuel Clemente, também presidente da CEP apela a cumprir o “dever cívico” de votar, “com a inspiração evangélica e a doutrina social que dela decorre, na legítima pluralidade das opções”.
Também D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima e vice-presidente da CEP, manifestou o desejo de as comunidades católicas e todo o povo português estejam “conscientes dos seus direitos e deveres de cidadania”, para assim assumirem a responsabilidade “pela escolha que vão fazer”.
O bispo da Diocese de Angra publicou uma nota pastoral em que apela ao voto nas eleições legislativas e alerta que a situação atual nacional “exige escolhas concretas dos portugueses”.
“Para o cristão, a obrigação de votar é tão séria como o de ir à Missa ao Domingo. Aliás, se para alguém fosse incompatível ir votar e ir à Missa, prevaleceria a obrigação de votar, que não é tão frequente como a Missa Dominical”, escreve D. António de Sousa Braga, ma Nota Pastoral ‘Votar: dever do cidadão’.
D. José Alves, arcebispo de Évora, espera que, no próximo domingo, os portugueses vão às urnas para cumprir o que diz ser um dever.
Em declarações à Renascença, o prelado apela à “ responsabilidade dos cidadãos” a quem pede que “não fiquem, comodamente, instalados em suas casas e vão votar”.
Antes, D. António Vitalino, bispo de Beja, alertava para o “individualismo” que hoje marca a conduta das pessoas, um modo de viver “alheio aos ideais democráticos, que leva a uma atitude de indiferença em relação ao bem comum” e “ao aumento da abstenção nos atos eleitorais”.
As várias intervenções, bem como outras de personalidades, associações e movimentos, relativas às legislativas 2015 estão disponíveis numa secção própria do portal ECCLESIA.
OC