D. Joaquim Gonçalves, lamenta o facto de que nenhum dos projectos-lei sobre a Procriação Medicamente Assistida (PMA), apresentados na Assembleia da República, “leve até ao fim o respeito pelo embrião” humano admitindo a exploração científica dos embriões e a destruição daqueles que não forem implantados”. Na sua crónica semanal para o semanário «A Voz de Trás os Montes», o bispo de Vila Real retoma um tema que considera ser “da maior importância”, e sobre o qual refere “a conveniência de legislar”, até porque, escreve, “o nosso país tem deixado este sector nas mãos das clínicas e laboratórios donde não estão ausentes interesses variados”. O prelado deixa, ainda, a nota de que “antes de se fazerem leis sobre a fecundação e o embrião, é indispensável uma reflexão de natureza científica e filosófica”. D. Joaquim Gonçalves manifesta a sua preocupação ao “corrermos o perigo de ter uma legislação de tal melindre votada por uma maioria feita na hora, sem ninguém que se responsabilize historicamente”. Ao sermos confrontados com a prática, em Portugal, da PMA o Bispo de Vila Real lembra as implicações “humanas, psicológicas, éticas, jurídicas e sociais que isto acarreta para o casal, para o estatuto da família e para as crianças daí nascidas”. Mas, “pela profundíssima delicadeza do tema”, D. Joaquim Gonçalves deixa em aberto uma questão: “não será este um dos casos em que se impõe a consulta ao povo?”