Leão XIV: Vaticano divulga Missal para celebração de início do pontificado

Eucaristia na Praça de São Pedro, a 18 de maio, inclui entrega do anel do pescador e do pálio, insígnias de autoridade

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 14 mai 2025 (Ecclesia) – O Vaticano divulgou hoje o Missal para a celebração do “início do ministério petrino do bispo de Roma”, que marca solenemente o começo do pontificado de Leão XIV.

A Eucaristia vai decorrer no próximo domingo, a partir das 10h00 de Roma (09h00 de Lisboa), na Praça de São Pedro, dez dias após a eleição do novo pontífice.

Antes da Missa, ao som da antífona ‘Tu es Petrus’ (Tu és Pedro), o Papa desce, com os patriarcas das Igrejas Orientais, ao túmulo de São Pedro, no interior da Basílica, onde permanece em oração, em silêncio.

Junto ao túmulo do primeiro Papa da Igreja Católica estão o pálio pastoral e o anel do pescador, insígnias de autoridade, e o livro dos Evangelhos, que dali saem em procissão até ao altar, na Praça de São Pedro, – onde estava o circo do imperador romano Nero, responsável pelo martírio do apóstolo, por volta do ano 64.

O percurso até ao exterior decorre ao som das ‘Laudes Regiae’ (louvor ao rei, em honra a Cristo), na qual se invocam vários santos, em particular os que foram Papas.

Os presentes rezam para que “Leão, romano pontífice, reúna todos os povos através da doutrina e da caridade”.

“Ó Deus, que no desígnio da tua sabedoria edificaste a tua Igreja sobre a rocha de Pedro, chefe do colégio apostólico, olha com benevolência para mim, teu servo: tu que me escolheste como sucessor de Pedro, fazei que eu torne visível ao teu povo o princípio e o fundamento da unidade na fé e da comunhão na caridade”, reza o próprio papa.

A celebração, que reúne dezenas de milhares de pessoas, é concelebrada pelos cardeais e patriarcas orientais presentes em Roma.

O anel do pescador (anulus piscatoris) faz parte das insígnias oficiais do Papa, enquanto sucessor do apóstolo Pedro, pescador da Galileia.

Antes da homilia, o Papa recebe das mãos do cardeal protodiácono, D. Dominique Mamberti, o pálio (estola branca de lã com cruzes que representam as chagas de Cristo), uma insígnia litúrgica de honra e jurisdição usada pelos bispos de Roma desde o século IV.

Em seguida, o decano (presidente) do Colégio Cardinalício, D. Giovanni Battista Re, coloca o anel na mão direita do novo Papa; uma representação do Colégio Cardinalício e das comunidades católicas presta a sua “obediência” a Leão XIV.

A celebração, em latim, vai contar a proclamação do Evangelho em grego – simbolizando a universalidade da Igreja – e orações em português, inglês, espanhol e árabe, entre outras línguas.

A celebração vai contar com delegações de outras Igrejas cristãs e religiões, além de chefes de Estado e de Governo de vários países, incluindo Portugal.

Em 2013, no início do pontificado de Francisco, esteve no Vaticano o patriarca ecuménico (Igreja Ortodoxa) de Constantinopla, Bartolomeu, o que aconteceu pela primeira vez desde o cisma que separou católicos e ortodoxos em 1054.

O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos (Santa Sé), foi eleito como Papa, após pouco mais de 24 horas de Conclave, a 8 de maio, assumindo o nome de Leão XIV; o primeiro pontífice agostiniano foi prior geral da OSA entre 2001 e 2013.

O novo Papa tem como lema ‘In Illo uno unum’ (No único Cristo somos um), que “retoma as palavras que Santo Agostinho pronunciou num sermão, a Exposição sobre o Salmo 127, para explicar que ‘embora nós, cristãos, sejamos muitos, no único Cristo somos um’”.

OC

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