Diretora da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre participa em Roma no Jubileu dos Mártires
Roma, 10 mai 2025 (Ecclesia) – A diretora da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) disse hoje à Agência ECCLESIA que o Papa Leão XIV consiga “estabelecer pontes” necessárias à construção da paz e considera “muito positivo” ter lembrado os cristãos perseguidos.
“Ao longo de todo o pontificado, o Papa Francisco foi sempre apelando, foi sempre pedindo a todos para não se esquecerem destas pessoas. E este Papa, na primeira homilia, lembra todas as pessoas que vivem em países onde não podem exercer livremente a sua fé. E isso é muito importante: não nos podemos deixar de lembrar todos os dias que existem milhares e milhares de pessoas em todo o mundo que não podem expressar livremente a sua fé”, afirmou Catarina Martins.
Na homilia da Missa com os cardeais, no dia seguinte à eleição, o Papa Leão XIV afirmou que atualmente “não faltam contextos em que a fé cristã é considerada uma coisa absurda, para pessoas fracas e pouco inteligentes”.
“São ambientes onde não é fácil testemunhar nem anunciar o Evangelho, e onde quem acredita se vê ridicularizado, contrastado, desprezado, ou, quando muito, suportado e digno de pena”, afirmou o Papa.
Para Catarina Martins é necessário concretizar o apelo do Papa Leão XIV e ser missionário, ajudando as pessoas “que não podem exercer livremente a sua fé”, colocando empenho na causa da liberdade religiosa no mundo.
“Eu acho que foi muito importante esta primeira palavra, porque mais uma vez chama a atenção para esta questão que é tão importante e tantas vezes fica esquecida”, afirmou.

A diretora da Fundação AIS refere que, de início, a escolha do cardeal Prevost foi uma “surpresa” , mas está a revelar-se “uma surpresa muito boa, com uma esperança, com motivos para termos esperança para que este homem, este novo Papa consiga estabelecer as pontes que são tão necessárias neste momento para conseguirmos ter paz.
“Há falta de diálogo entre as várias comunidades e precisamos de estabelecer pontes de diálogo para conseguirmos chegar à paz”, sublinhou.
Catarina Martins está em Roma com um grupo de Portugal ligados à Fundação AIS, que se juntou a grupos de 24 países para celebrar o Jubileu dos mártires.
“É uma peregrinação internacional com mais de mil benfeitores de todo o mundo, dos 24 secretariados que nós temos atualmente espalhados por todo o mundo”, afirmou.
A presença em Roma nestes dias foi uma ocasião para “ouvir testemunhos de cristãos que vivem em países onde não há liberdade religiosa, onde os cristãos são perseguidos, onde são discriminados apenas e só por causa da sua fé”.
“Foi um momento de partilha, um momento de estarmos juntos, de rezarmos por todos estes cristãos e fazermos mais por esta família toda, que é a família AIS, que fala, que reza, que não se esquece que todos estes cristãos são perseguidos no mundo”, referiu.
Catarina Martins falou à Agência ECCLESIA no fim da Missa presidida pelo cardeal Mauro Piacenza, na Basílica de Santa Maria Maior, para todos os participantes na peregrinação internacional da Ajuda à Igreja que Sofre.
“Todos nós, em conjunto, temos todos o mesmo objetivo, que é rezarmos, é sermos solidários com estes cristãos que são perseguidos, concluiu.
A peregrinação do grupo de Portugal visitou, na tarde deste sábado, o Memorial dos novos Mártires, na Ilha Tiberina, que, depois do Jubileu de 2000 e por vontade do Papa João Paulo II, recorda a memória dos mártires do século XX, nomeadamente as vítimas do totalitarismo nazi e comunista.
PR