Leão XIV: Papa regressa ao Vaticano e pede à comunidade internacional para continuar a «promover a paz»

Residência de Castel Gandolfo foi o local para «férias de trabalho», nas últimas duas semanas

Foto: Lusa/EPA

Castel Gandolfo, 22 jul 2025 (Ecclesia) – O Papa Leão XIV regressou hoje ao Vaticano, após “férias de trabalho” em Castel Gandolfo, nas duas últimas semanas, e apelou à comunidade internacional para continuar  a “promover a paz”.

“É preciso encorajar todos a abandonar as armas, deixar também todo o comércio que está por trás de toda guerra. Muitas vezes, com o tráfico de armas, as pessoas tornam-se apenas instrumentos sem valor”, disse Leão XIV, aos jornalistas, ao deixar a residência pontifícia de verão, a 25 quilómetros do Vaticano.

O Papa acrescentou que se deve “insistir, sobre a dignidade de todo ser humano, cristão, muçulmano, de todas as religiões”.

“Somos todos filhos de Deus, criados à imagem de Deus. Portanto, continuaremos com esse esforço”, sublinhou.

O Papa, que se preparava para regressar ao Vaticano, foi abordado por jornalistas que lhe fizeram algumas perguntas, nomeadamente sobre sua presença em locais de sofrimento, como Gaza.

“Na verdade, existem muitos lugares onde eu pessoalmente gostaria de ir. Porém não é necessariamente a fórmula para encontrar uma resposta”, explicou.

O Papa passou um período de férias, na residência pontifícia de Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, onde chegou no dia 6 de julho, retomando uma tradição das últimas décadas, que tinha sido interrompida por Francisco.

“Pude mudar um pouco de ares”, assinalou, explicando que foram “férias de trabalho”, e nunca deixou de seguir os eventos da atualidade, divulga o portal online ‘Vatican News’.

“Graças a Deus, a voz da Igreja ainda é importante, continuemos a promover a paz.”

Durante estes dias, em Castel Gandolfo, o Papa presidiu à Missa na Catedral de Albano e na paróquia pontifícia de São Tomás de Villanova, celebrou com os membros da força policial militarizada italiana, manteve algumas audiências e encontros, como aos participantes de uma peregrinação ecuménica dos EUA a Roma e Constantinopla, e responsáveis de institutos religiosos.

Leão XIV manteve vários contactos telefónicos, enviou mensagens e telegramas, visitou um lar de idosas, e o Observatório Astronómico do Vaticano, e recitou o ângelus, nos dois domingos, na Praça da Liberdade, em frente ao Palácio Apostólico.

As audiências gerais de quarta-feira, atualmente suspensas, vão ser retomadas a 30 de julho, no Vaticano.

Leão XIV vai regressar a Castel Gandolfo de 15 a 17 de agosto, segundo o calendário divulgado pela Santa Sé.

O Papa, no dia 15 de agosto, solenidade da Assunção de Maria, para celebrar a missa na paróquia local, pelas 10h00 (09h00 em Lisboa) e rezar o ângelus na Praça da Liberdade, diante do Palácio Apostólico; a 17 de agosto, domingo, o Papa recita o ângelus na mesma praça, ao meio-dia de Roma, antes de voltar ao Vaticano.

OC/CB/PR

Foto: Vatican News

A residência pontifícia de verão é maior do que o próprio Estado da Cidade do Vaticano.

Os espaços da residência pontifícia de Castel Gandolfo, a 25 quilómetros de Roma, incluem desde 2016 um polo museológico aberto ao público, onde também era oferecida a possibilidade de degustar os produtos das próprias ‘Villas’, por decisão do Papa Francisco.

O antecessor de Leão XIV preferiu passar todo o verão na Casa Santa Marta, onde residia, e em 2023 instituiu em Castel Gandolfo o ‘Borgo Laudato si’, para o desenvolvimento da educação ecológica.

Castel Gandolfo, nas margens do lago Albano, é escolha dos Papas para o período estival desde Urbano VIII (1623-1644), num castelo que pertence à Santa Sé, com direito de extraterritorialidade.

Cada castelo da região tem o nome do senhor da fortaleza – no caso da residência pontifícia era a família Gandulfi, natural de Génova.

Cerca de 1200, os Gandulfi construíram o seu pequeno castelo que, no século seguinte passou para a família Savelli, a qual manteve esta edificação até 1596; nesse ano, por causa de uma dívida que a família não conseguiu pagar ao Papa Clemente VIII (1592-1605), a propriedade passou para o pontífice e, em 1640, foi declarada propriedade inalienável da Santa Sé.

João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005, passou vários períodos do ano em Castel Gandolfo e Bento XVI (2005-2013) costumava passar as suas férias de verão nesta localidade, que o acolheu nas primeiras semanas após a renúncia ao pontificado.

 

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