Missa na Basílica de São João de Latrão marcada pela cerimónia da tomada de posse da Cátedra do bispo de Roma

Roma, 25 mai 2025 (Ecclesia) – O Papa Leão XIV tomou hoje posse da Cátedra do Bispo de Roma, na Basílica de João de Latrão, pedindo uma Igreja marcada pela “ternura” e a “escuta”.
“O Papa Francisco, frequentemente, convidou-nos a meditar sobre a dimensão materna da Igreja e sobre as características que lhe são próprias: a ternura, a disponibilidade ao sacrifício e aquela capacidade de escuta que permite não só socorrer, mas muitas vezes prover às necessidades e às expectativas, antes mesmo que sejam manifestadas”, disse Leão XIV, na homilia da Missa a que presidiu na Catedral da Diocese de Roma, cujo bispo é o Papa.
“Estes são traços que desejamos que cresçam em todo o povo de Deus, e também aqui, na nossa grande família diocesana: nos fiéis e nos pastores, a começar por mim”, acrescentou.
Leão XIV, que a 18 de maio tinha presidido à Missa de início do ministério petrino, no Vaticano, assumiu a intenção de estar à “escuta de todos, para aprender, compreender e decidir juntos”.
Numa das celebrações que marca o começo de cada pontificado, o novo Papa recordou que “a Igreja de Roma é herdeira de uma grande história, enraizada no testemunho de Pedro, de Paulo e de inúmeros mártires”.
“Tem uma única missão, muito bem expressa pelo que está escrito na fachada desta Catedral: ser ‘Mater omnium Ecclesiarum’, Mãe de todas as Igrejas”, realçou
Num comentário às passagens da Bíblia proferidas durante a Missa, Leão XIV destacou que a primeira comunidade cristã “enfrentou o desafio da abertura ao mundo pagão no anúncio do Evangelho”, numa tarefa que “exigiu muita paciência e escuta recíproca”.
“O que poderia parecer um problema, tornou-se para todos uma ocasião de reflexão e crescimento”, observou.
O Papa convidou todos a promover a “comunhão”, através da “oração e um compromisso contínuo de conversão”.
Somos tanto mais capazes de anunciar o Evangelho quanto mais nos deixamos conquistar e transformar por ele, permitindo que a força do Espírito nos purifique no íntimo, torne simples as nossas palavras, honestos e transparentes os nossos desejos, generosas as nossas ações”.
Leão XIV deixou uma palavra particular às comunidades de Roma, elogiando o “exigente” caminho que têm feito nos últimos anos, “articulado em vários níveis de escuta: em direção do mundo que a rodeia, para acolher os seus desafios, e dentro das comunidades, para compreender as necessidades e promover sábias e proféticas iniciativas de evangelização e caridade”.
A intervenção agradeceu o empenho da Diocese de Roma, durante o atual Jubileu, no “acolhimento e cuidado dos peregrinos”.
“Graças a tantos esforços, a cidade se apresenta àqueles que nela chegam – às vezes de muito longe – como uma grande casa aberta e acolhedora e, sobretudo, como um lar de fé”, referiu o pontífice.
A homilia de Leão XIV citou a homilia de João Paulo I, na tomada de posse da Cátedra de São João de Latrão, a 23 de setembro de 1978: “Posso assegurar-vos que vos amo, que só desejo começar a servir-vos e pôr à disposição de todos as minhas pobres forças, aquele pouco que tenho e sou”.

A cerimónia que assinalou a tomada de posse da Catedral teve lugar após os ritos iniciais da Missa, com o cardeal D. Baldassare Reina, vigário-geral, a exprimir a “alegria da Igreja que está em Roma”.
Após a oração, Leão XIV subiu para a cátedra da Basílica de São João de Latrão, a catedral do Papa, e uma representação da diocese prestou “obediência” ao bispo diocesano, ao som da antífona ‘Tu es Petrus’ (Tu és Pedro).
Após a celebração na catedral do Papa, Leão XIV vai visitar a Basílica de Santa Maria Maior, onde está sepultado Francisco, para rezar diante do ícone de Maria “Salus Populi Romani”.
Na saudação a Nossa Senhora, Leão XIV reza para que seja Maria a conduzir a “barca da Igreja em direção a um porto de paz”, pedindo que proteja a cidade de Roma, “reconfortando quem chega, sem teto nem defesa”, e que seja, para o Papa, “conforto” e “força” nas fragilidades.
O cardeal Robert Francis Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos, foi eleito Papa a 8 de maio, após dois dias de Conclave, assumindo o nome de Leão XIV.
O primeiro pontífice norte-americano, de 69 anos de idade, foi missionário e bispo no Peru, tendo ainda sido superior geral da Ordem de Santo Agostinho.
OC
Leão XIV: Papa assume-se como «romano», em homenagem município