Leão XIV: «Não será nenhum dos que já tivemos e terá certamente dons diferentes» – Irmã Célia Cabecinhas

Religiosa portuguesa esteve no Vaticano, após anúncio, e «foi muito emocionante sentir que a Igreja estava em peso»

Foto: Agência ECCLESIA/PRPaulo Rocha enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 09 mai 2025 (Ecclesia) – A superiora geral da congregação portuguesa das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres estava numa Missa em Roma, com mais de 900 superioras-gerais, quando “começou a haver burburinho” e passaram a transmitir “a chaminé com o fumo branco”.

“Levantamo-nos cantando ‘Aleluia’, e cantamos durante não sei quanto tempo. A Eucaristia ainda não tinha acabado e tivemos que serenar um bocadinho, cantámos, rezámos a ação de graças, terminámos a Eucaristia, e viemos para a Praça”, disse a irmã Célia Cabecinhas, hoje, dia 9 de maio, em declarações à Agência ECCLESIA.

O cardeal Robert Francis Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos da Santa, foi eleito como Papa, o 267.º da Igreja Católica, esta quinta-feira, dia 8 de maio, após dois dias de Conclave, assumindo o nome de Leão XIV.

A religiosa portuguesa, que está em Roma a participar num encontro mundial das superioras-maiores, recordou que não conseguiu chegar a casa, nem entrar na Praça de São Pedro, “porque estava uma multidão enorme” e ficou na Avenida da Conciliação, “ao fundo, a acompanhar no grande painel a ver o Papa muito ao longe”.

“Mas foi muito emocionante também sentir que a Igreja estava aqui em peso, foi um contexto muito bonito de celebração”, acrescentou.

O novo Papa, Leão XIV, é o primeiro pontífice natural dos Estados Unidos da América (norte-americano), tem 69 anos de idade, foi missionário e bispo no Peru, e superior geral da Ordem de Santo Agostinho.

“Não conhecia este cardeal, que agora é o Papa Leão XIV, mas acredito mesmo que o Espírito tenha atuado, e estou na expectativa das surpresas de Deus que nos vêm por meio dele. Não será nenhum dos que já tivemos e terá certamente dons diferentes, não será um segundo Francisco. Apesar de agora já sabermos quem é o novo Papa, continuamos na expectativa de como é que ele é”, desenvolveu a irmã Célia Cabecinhas.

A entrevistada é a responsável geral da congregação portuguesa das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres e esta a participar numa assembleia internacional de superioras maiores, um encontro que acontece de três em três anos, que terminou hoje, em Roma.

Foto: UISG

Esta quinta-feira, ao final do dia, “entre 900 e 1000 superioras gerais” do mundo inteiro estavam, “na expectativa, a Igreja estava toda na expectativa”, numa sala magna “ a viver a Eucaristia, com grandes painéis a transmitir a imagem para acompanhar” a Missa, quando no momento da ação de graças, “um ambiente muito sereno, começou a haver algum burburinho e começaram a transmitir nos painéis a chaminé com o fumo branco”.

Sobre o encontro, a irmã Célia Cabecinhas explica que “teve a tónica da sinodalidade”, e foi “muito bonito” encontrarem-se “quase 1000 de tantos contextos, de países que enfrentam realidades tão difíceis”.

“O que saiu desta Assembleia é vivermos uma esperança transformadora e juntas, não apenas cada congregação por si, mas com projetos comuns, com projetos intercongregacionais, e o implementarmos um jeito sinodal de vivermos, de nos relacionarmos e de servirmos. Foi bom sabermos que somos muitas, somos quatrocentas e não sei quantas mil em todo o mundo e foi bonito ver que sinais de esperança estão a acontecer que nós nem sabíamos”, desenvolveu.

“Há presenças extraordinárias em todas as partes do mundo e também foi boa essa nota da pluralidade e da união entre todas”, salientou ainda a entrevistada.

A congregação religiosa das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres nasceu em Elvas, fundada pela Madre Maria Isabel da Santíssima Trindade, “é pequena”, acrescentou a superiora maior, salientando que estão “em cinco países”.

PR/CB/OC

Vaticano: Leão XIV é o novo Papa (biografia)

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