Leão XIV: Jornalista peruano destaca importância de o Papa pedir «a paz» que todos precisam, no discurso inicial

«Não podemos continuar a viver com guerras, com desigualdades, com pobreza, com injustiça», salienta Roberto Montoya

Paulo Rocha enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 08 abr 2025 (Ecclesia) – O jornalista peruano Roberto Montoya, que trabalha na ‘RAI’, a rádio estatal italiana, salientou hoje que neste tempo de “total confusão nas sociedades”, o novo Papa da Igreja Católica, Leão XIV, pode desempenhar uma “missão muito importante”.

“É um Papa que, como disse no seu discurso inicial, pede a paz, uma paz de que todos nós precisamos. Não podemos continuar a viver com guerras, com desigualdades, com pobreza, com injustiça”, disse em declarações à Agência ECCLESIA, na Praça de São Pedro.

Roberto Montoya, neste sentido, acredita que o Papa Leão XIV “seguirá muito os passos do Papa Francisco”, que, até ao último momento da sua vida, lutou pela paz, e isso “é um bom sinal”, que o novo pontífice “no seu primeiro discurso, na varanda da Basílica de São Pedro, tenha falado de paz”.

O cardeal Robert Francis Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos da Santa Sé, foi hoje eleito novo Papa, pelos 133 cardeais, de 70 países dos cinco continentes, reunidos em Conclave, e escolheu o nome de Leão XIV.

“É um bom sinal, se formos ver quem foi Leão XIV, ele foi um grande missionário, sendo Agostiniano, sabe disso muito bem. E nestes tempos em que vivemos, como disse, de total confusão nas nossas sociedades, ele poderia levar a cabo essa missão muito importante”, desenvolveu.

Leão XIV é o primeiro Papa norte-americano, tem 69 anos de idade, foi pároco, missionário e arcebispo no Peru, e pertence à Ordem de Santo Agostinho (Agostinhos), onde foi prior-geral, e para o jornalista peruano, que trabalha na RAI, é importante e é interessante que um Papa que venha dessa parte do mundo, onde “o poder económico e tecnológico é muito forte”, porque, certamente, “vão encontrar-se contradições das quais o ser humano precisa”, como “o bem-estar social, mas também deve ser bom enriquecer o espírito”.

“Eu duvidava muito, muito que um Papa viesse dessa parte do mundo porque a minha teoria era que não se pode concentrar demasiado o poder num único país. E muitos, muitos bispos norte-americanos e colegas norte-americanos me garantiram isso. Em vez disso, o Espírito Santo agiu, e isso significa que dali, daquela parte do mundo, de um dos países mais poderosos e ricos do mundo, surgiu um Papa que certamente levará adiante a missão de Jesus Cristo”, partilhou Roberto Montoya.

O novo Papa, D. Robert Prevost, natural dos Estados Unidos da América, tal como o seu predecessor é do continente americano e pertencia a uma ordem religiosa, Francisco que era argentino, “e amava muito o seu continente, a América Latina”, foi ordenado sacerdote na Companhia de Jesus (Jesuítas).

“Agora foi a vontade do Senhor, foi a vontade dos Espírito Santo, foi a vontade dos cardeais, eleger um Papa que viesse dessa parte do mundo, onde também se vivem muitas contradições”, salientou o entrevistado.

 

No Peru estão “todos emocionados, alegres, muito felizes, porque ninguém pensava que seria eleito” como Papa o cardeal D. Robert Prevost, “falavam de todos menos dele”, comentou um grupo de peruanos, esta noite, na Praça de São Pedro.

Em declarações a Agência ECCLESIA, explicaram que ter um Papa que trabalhou durante muitos anos naquele país da América Latina significa “muita, muita esperança”, porque as pessoas podem mudar de um dia para o outro: “Se hoje não acreditava em Deus, amanhã vou acreditar Nele e tudo vai mudar nesta vida”.

“Esperamos que as pessoas acreditem em Deus novamente e, acima de tudo, na Igreja. Que as pessoas tenham o novo caminho de Deus, o novo caminho da Igreja, que não se percam”, acrescentaram.

Um dos elementos deste grupo de seis peruanos lembra que conheceu D. Robert Prevost “quando ele apareceu num vídeo no Peru com Francisco”, e conversaram sobre este país.

Também Roberto Montoya recordou quando conheceu D. Robert Prevost, o Papa Leão XIV: “Num rosário que ele fez nos Jardins do Vaticano, para a comunidade hispano-americana”.

O jornalista acrescentou que esteve também na Missa quando foi criado cardeal, pelo Papa Francisco no Consistório de 30 de setembro de 2023.

D. Robert Prevost, da Ordem de Santo Agostinho (Osa), foi enviado para trabalhar na missão de Chulucanas, Piura, Peru (1985-1986); em 1988 foi enviado à missão de Trujillo como diretor do projeto de formação comum para os aspirantes agostinianos dos Vicariatos de Chulucanas, Iquitos e Apurímac.

Enquanto religioso foi prior de comunidade (1988-1992), diretor de formação (1988-1998) e professor (1992-1998); na Arquidiocese de Trujillo foi vigário judicial (1989-1998), professor de Direito Canónico, Patrística e Moral no Seminário Maior “São Carlos e São Marcelo”.

O Papa Francisco nomeou-o administrador apostólico da Diocese de Chiclayo (Peru) a 3 de novembro de 2014, elevando-o à dignidade episcopal de bispo titular da Diocese de Sufar.

A 7 de novembro, tomou posse canónica da diocese na presença do Núncio Apostólico e foi ordenado bispo a 12 de dezembro de 2014, festa de Nossa Senhora de Guadalupe, na Catedral da sua diocese.

O Papa Leão XIV nasceu a 14 de setembro de 1955, em Chicago (EUA), filho de  Louis Marius Prevost, de origem francesa e italiana, e de Mildred Martínez, de origem espanhola; tem dois irmãos, Louis Martín e John Joseph.

PR/CB/OC

 

Especial: «A paz esteja com todos vós» – as primeiras palavras de Leão XIV (c/vídeo)

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