Leão XIV: Igrejas da Ucrânia e de Jerusalém agradecem dia de oração e jejum pela paz

«É uma resposta às palavras do Evangelho, a oração e o jejum são uma força que tem grande impacto sobre a história» – D. Vitalij Skomarovskyj

Foto: Patriarcado Latino de Jerusalém

Cidade do Vaticano, 22 out 2025 (Ecclesia) – O presidente do episcopado ucraniano de rito latino e o Patriarca Latino de Jerusalém agradeceram a iniciativa do Papa Leão XIV de convocar um dia de oração e jejum pela paz no mundo, para esta sexta-feira, 22 de agosto.

“Que o Santo Padre se lembre de nós é muito importante, porque a iniciativa do Sumo Pontífice é um apelo dirigido a toda a Igreja no mundo, e diria não apenas à Igreja, mas a todas as pessoas de boa vontade. Essa iniciativa tem um poder extraordinário e estamos muito felizes que se lembre de nós”, disse o bispo polaco D. Vitalij Skomarovskyj, aos meios de comunicação do Vaticano.

O Papa convocou uma jornada de oração e jejum pela paz para esta sexta-feira, quando a Igreja Católica celebra a memória da bem-aventurada Virgem Maria, rainha.

“Maria, Rainha da Paz, interceda para que os povos encontrem o caminho da paz”, disse Leão XIV, esta quarta-feira, na saudação aos peregrinos de língua italiana, no final da audiência pública semanal, no Vaticano.

“Enquanto a nossa terra continua a ser ferida por guerras na Terra Santa, na Ucrânia e muitas outras regiões do mundo, convido todos os fiéis a viverem o dia 22 de agosto em jejum e oração, suplicando ao Senhor, que nos conceda paz e justiça e que enxugue as lágrimas daqueles que sofrem por causa dos conflitos armados em andamento.”

“É uma resposta às palavras do Evangelho, a oração e o jejum são uma força que tem grande impacto sobre o que acontece, sobre a história”, acrescentou o presidente do episcopado de rito latino da Ucrânia.

O patriarca latino de Jerusalém (Terra Santa) afirmou que são “gratos por essa atenção ao tema da paz, ao qual o Papa voltou muitas vezes”, e que quase sempre é um tema muito delicado, para “muito sentido” por eles.

“Não é a primeira vez que nos comprometemos com dias de oração e jejum, e é a única coisa que neste momento podemos fazer: rezar e jejuar, para manter a atenção voltada para Deus, é a única coisa que podemos fazer neste momento para que o coração dos homens mude”, desenvolveu o cardeal Pierbattista Pizzaballa, aos meios de comunicação do Vaticano.

D. Vitalij Skomarovskyj recorda que na Ucrânia tiveram “um dia semelhante, recentemente”, por iniciativa da União Internacional das Superioras Gerais (UISG) a 14 de agosto, pela paz no mundo e, em particular, nesse país, e contaram com a adesão da Igreja Greco-Católica Ucraniana e a Igreja romano-católica na Ucrânia.

“A oração serve também para criar esse vínculo com pessoas de todas as fés que, apesar de tudo, ainda querem acreditar que o coração do homem, também na Terra Santa, possa mudar”, acrescentou o patriarca latino de Jerusalém, observando que não se deve recorrer à oração como se fosse “uma fórmula mágica” para os “problemas”.

Este domingo, dia 24 de agosto, a Ucrânia comemora o 34º aniversário do restabelecimento da sua independência, o presidente da Conferência dos Bispos Latinos ucranianos, recorda, de 1991, o “estado de espírito” reinante: “uma grande alegria pelo facto de ter acontecido quase sem derramamento de sangue, e por essa independência não ter sido conquistada pela força”.

“A luta continua e queremos fazer tudo o possível para preservar essa independência. Penso que a guerra também ensinou quão importante é valorizar a paz. Sempre rezamos pela paz, mas não creio que estivéssemos plenamente conscientes de quão grande é o dom de viver em paz, de viver sem guerra.”

O cardeal Pierbattista Pizzaballa, a partir do seu conhecimento da comunidade, afirma que “a força deles vem justamente da oração, da força de resistir dentro daquela situação terrível”; na Faixa de Gaza, a Paróquia da Sagrada Família em Gaza, que acolhe refugiados da guerra, é a única paróquia católica no enclave palestiniano e já foi atacada duas vezes, pelas forças militares de Israel, desde 7 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas.

“Estamos na véspera de não sabermos o quê exatamente, não sabemos o que acontecerá com essa ocupação, o que acontecerá connosco, com nossos vizinhos, com todos. Mas a força deles em resistir, em tentar ajudar a todos, em levar comida, em distribuir remédios, vem justamente da oração”, acrescentou o patriarca latino de Jerusalém.

CB/PR

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