Leão XIV: «É uma escolha que nos remete para a esperança, seja pelo perfil, seja pelo percurso», afirma patriarca de Lisboa sobre novo Papa

D. Rui Valério destaca que pontífice eleito pautou «sempre» por uma postura de «simplicidade» e «proximidade»

Foto: Patriarcado de Lisboa

Lisboa, 08 mai 2025 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, expressou, esta tarde, “gratidão” e “alegria” pela eleição do novo Papa Leão XIV, destacando o caminho traçado pelo novo pontífice.

“É uma escolha que nos remete para a esperança, seja pelo perfil, seja pelo percurso que o Papa Leão XIV tem vindo a percorrer, primeiro como sacerdote e depois como bispo e já como cardeal e prefeito do Dicastério dos Bispos”, referiu o responsável católico, em declarações à Agência ECCLESIA.

D. Rui Valério salienta que Leão XIV pautou a sua postura e maneira de ser, “antes de mais pela simplicidade, depois pela proximidade e, em terceiro lugar, por um sentido de viver”, quase como encarasse os “grandes dramas” e “problemas do mundo” como uma questão pessoal.

Os 133 cardeais reunidos em Conclave no Vaticano elegerem esta tarde o cardeal Robert Francis Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos, como o novo Papa, como indicou o fumo branco que saiu da chaminé colocada sobre a Capela Sistina, pelas 18h08 locais (menos uma em Lisboa).

O patriarca de Lisboa lembra a visita Ad Limina dos bispos portugueses ao Vaticano, em maio de 2024, em que teve a oportunidade de contactar com o novo pontífice.

“Aquilo que mais me impressionou não foi só a paciência com que ele me ouviu. Aquilo que me impressionou, no então prefeito do Dicastérios dos Bispos, foi a maneira como ele estava preocupado com as comunidades migrantes residentes aqui no nosso país”, recordou.

Na altura, o Papa Leão XIV questionou os bispos sobre aquilo que a Igreja de Portugal estava a fazer em prol dos migrantes.

“Também, mais recentemente, quando me desloquei a Roma para o Jubileu dos Adolescentes e para as exéquias do Papa Francisco, tive a ocasião de me cruzar com ele”, depois da celebração em São Pedro, revela, indicando que o novo Papa “foi o homem simples de sempre”, que estava interessado em dialogar sobre um projeto de sem-abrigos e de pobres.

“Também pelas palavras que ele hoje pronunciou, ele demonstrou que, por um lado, pensa a Igreja não isolada do mundo, mas em comunhão com o mundo, aberta ao mundo, disposta a servir a humanidade”, destacou.

D. Rui Valério faz referência às primeiras palavras de Leão XIV, na varanda da Basílica de São Pedro, em que apontou a uma “Igreja que constrói pontes”, abordando diversas vezes a palavra paz, que segundo o patriarca, surgiu como “um primado na sua mensagem”.

“Uma paz, dizia ele, desarmada e desarmante, ou seja, uma paz que nos remete para a profundidade, para a essência, que não basta não ter armas, ou não basta não haver uma corrida ao armamento, mas que a paz é construída a partir da pessoa de Jesus Cristo, ele frisou, e que começa por ter os seus efeitos dentro do nosso coração”, assinalou.

O patriarca de Lisboa mostrou-se também “muito feliz” pelo novo Papa dar a entender que “vai caminhar na senda do Papa Francisco”.

“Ele falou da Igreja missionária, da Igreja sinodal, ele falou da atenção aos pobres, a referência que ele fez ao Peru é disso o exemplo, e, por fim, aquela sua apresentação tão simples de dizer que era um filho de Santo Agostinho, é um agostiniano”, realçou.

Tal como Francisco, também Leão XIV pertence a uma congregação religiosa, observa D. Rui Valério, ressaltando que isso é uma “marca que está colada à pessoa”.

“Tenho a certeza que o Papa Leão XIV nos irá surpreender por gestos proféticos à la Francisco”, indicou.

D. Rui Valério dirigiu uma mensagem escrita aos jornalistas a propósito da eleição do novo Papa, mostrando a convicção de que este é o “Papa que a Igreja e o mundo precisam neste momento”.

“Por isso, não pode ser outra a atitude de todo o Patriarcado de Lisboa senão a ação de graças a Deus por este dom tão grande”, referiu.

O patriarca de Lisboa convocou “toda a diocese para corporizar esta ação de graças na celebração da Santa Missa, sexta-feira, dia 9 de maio, às 21 horas e 30 minutos, na Sé de Lisboa”.

“Peço também que em todas as igrejas se celebrem Missas com ações de graça por esta intenção, de acordo com as indicações dadas pelo Secretariado Nacional de Liturgia. Seria bom que se tocassem os sinos das igrejas em sinal de alegria. Unidos todos em oração, expressamos a nossa união, efetiva e afetiva, ao Papa Leão XIV”, concluiu.

LS/LJ/OC

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