«Laudato si»: Encíclica assume «extrema» importância política, diz Quercus

Enquanto Estados não avançam nas negociações, Francisco Ferreira enaltece alerta do Papa para mudar paradigmas na relação com a natureza

Lisboa, 18 jun 2015 (Ecclesia) – Francisco Ferreira, da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, afirmou hoje que a nova encíclica do Papa Francisco dedicada à ecologia assume uma “extrema" importância.

“Nós não temos conseguido avançar na relação entre Estados, ou temos avançado demasiado devagar em relação ao que o planeta diz. Ter uma figura como o Papa a alertar a própria humanidade para a necessidade de se mudar paradigmas no nosso relacionamento com a natureza é vital para promover o sucesso das negociações que estão a ter lugar”, referiu à Agência ECCLESIA o membro do Grupo de Trabalho sobre Energia e Alterações Climáticas, da associação ambientalista.

A encíclica ‘Laudato si’ (Louvado Seja) escrita pelo Papa Francisco foi apresentada esta manhã, no Vaticano.

Francisco Ferreira lembra o enquadramento negocial que encontra esta publicação do Papa, num ano “absolutamente crucial”: a 29 de junho uma cimeira mundial, promovida pelo secretário-geral das Nações Unidas para se discutir as alterações climáticas; a adoção, em setembro, dos objetivos de desenvolvimento sustentável para 2030 e em dezembro a perspetiva de assinar um acordo em Paris relacionado com as alterações climáticas.

No início do ano, o Papa tinha manifestado a intenção de o texto ser publicado ainda a tempo de pressionar a comunidade internacional para decisões corajosas na Conferência do Clima 2015, em Paris.

O responsável da Quercus indica a “pressão clara e perspicaz” exercida pela encíclica numa altura em que “é necessário para além de tomar posições, começar a agir”.

O texto “não toca apenas a questão das alterações climáticas mas enquadra o que para cada movimento ambientalista é decisivo: o desenvolvimento sustentável, a vertente económica, social, a qualidade de vida”.

Francisco Ferreira sublinha ainda a “consciencialização e mudança de mentalidades dos próprios católicos”.

“Esta é uma abordagem de raiz, de todos os católicos à escala mundial. Há no fundo um esclarecimento e enquadramento absolutamente fundamentais e que ao longo dos próximos meses se espera que tenha um impacto na comunidade católica”, conclui.

LS

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Agência ECCLESIA

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