«Laudato si»: Ciência e fé juntas pelo futuro da humanidade

Lançamento da encíclica no Vaticano marcada pela defesa das posições do Papa Francisco

Cidade do Vaticano, 18 jun 2015 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, cardeal Peter Turkson, autor do primeiro esboço da ‘Laudato si’, encíclica do Papa Francisco apresentada hoje no Vaticano, disse que este procura um debate com “todos”.

“Todos nós falamos em determinados assuntos, não apenas por sermos peritos nessas matérias mas porque nos dizem respeito e têm impacto na nossa vida”, assinalou o responsável da Santa Sé, durante a conferência de imprensa de apresentação do documento.

O cardeal ganês respondia a objeções levantadas por alguns setores norte-americanos sobre a competência de um Papa se pronunciar sobre temas ecológicos, políticos ou científicos.

D. Peter Turkson criticou a tentativa de criar uma cisão entre “religião e vida pública”, sublinhando que a Igreja não quer “substituir” ninguém no debate sobre estas questões, mas promover o diálogo e recordar a responsabilidade de todos no presente e face às gerações futuras.

A conferência de imprensa contou com a presença do cientista John Schellnhuber, diretor do Instituto para a Investigação do Impacto do Clima (em Postdam, Alemanha), um especialista em clima, não católico, que elogiou o esforço de Francisco em unir “duas forças poderosas do mundo”, a fé e a razão.

O novo membro da Academia Pontifícia das Ciências, autor da proposta de limitar o aumento médio da temperatura global em 2º, disse que a encíclica segue uma “sólida” linha científica a respeito das alterações climáticas e do aquecimento global.

A respeito deste último tema, Schellnhuber usou uma analogia com a temperatura corporal, a qual, quando aumenta dois graus, provoca “febre”, mas se subir cinco graus leva à “morte”.

“É assim que a mudança climática atua no sistema da terra”, precisou.

O Papa convidou o metropolita de Pérgamo, Ioannis Zizioulas, representante do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), o qual propôs que o dia 1 de setembro seja celebrado pelas duas Igrejas como uma jornada de oração pelo ambiente e falou dos atentados ambientais e da poluição como um “pecado”,

A economista Carolyn Woo, natural de Hong Kong e presidente do ‘Catholic Relief Services’ (EUA), congénere norte-americana da Cáritas, disse que preocupação ecológica tem de ser uma prioridade para o mundo empresarial.

“Investir na sustentabilidade é uma oportunidade só com benefícios (win-win) para os negócios”, observou.

A expressão 'Laudato si' (louvado sejas) remete para o 'Cântico das Criaturas' (1225), de São Francisco de Assis, o religioso que inspirou o Papa argentino na escolha do seu nome.

OC

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Agência ECCLESIA

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