LAMEGO: Nossa Senhora dos Remédios

Um rosto em que (re)vêm todos os rostos

 

Numa sociedade massificada, em que os comportamentos surgem cada vez mais padronizados, ainda haverá opções alternativas?

Há uma espécie de simbiose entre o interior do país e o interior da pessoa. Ambos inspiram uma cada vez maior vontade de busca. É como se, no interior do país, a pessoa se sentisse reencontrada com o interior de si mesma.

Ao enfrentar os 925 degraus que o conduzem da cidade até Nossa Senhora dos Remédios, o peregrino — como José Saramago notou — sobe aquela «longa e alta escadaria» com a ânsia de encontrar «a promessa de salvação, ou a esperança».

São muitos os rostos que se revêem naquele rosto. Alguns fazem ressoar uma respiração arfante pelo interior do Santuário, tal é o afã de (re)encontrar a imagem que está na Sacristia. É para aqueles olhos que todos os olhos (muitos deles lacrimosos) se voltam.

Já agora, será interessante referir que esta imagem de Nossa Senhora dos Remédios (1904) foi executada na mesma oficina em que foi esculpida a primeira imagem de Nossa Senhora de Fátima (1920): na Casa Fânzeres, de Braga.

Depois da Capela de Santo Estêvão (de 1361) e da primeira Capela de Nossa Senhora dos Remédios (de 1565), o actual Santuário começou a ser construído em 1750.

A inauguração aconteceu a 22 de Julho de 1761, mas esta obra só foi dada por finalizada em Setembro de 1905, com a conclusão da segunda torre.

Juntamente com o Escadório (edificado entre 1777 e 1966) e o Parque Florestal (iniciado em 1898), o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios constitui um todo harmonioso que deslumbra os olhos e tonifica o espírito!

João António Pinheiro Teixeira

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Agência ECCLESIA

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