Lamego: Diocese não recebeu «qualquer denúncia» relativa a «crimes de tráfico de pessoas e abuso sexual” por sacerdote hoje detido

Polícia Judiciária afirma que a vítima era uma «pessoa incapaz de resistência»

27 out 2022 (Ecclesia) – A Diocese de Lamego afirma em comunicado enviado à Agência ECCLESIA “nada saber” sobre alegados “crimes de tráfico de pessoas e abuso sexual” praticados por um sacerdote diocesano, divulgados hoje na comunicação social.

“A Diocese de Lamego e o seu Bispo e a sua Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis e o seu Presidente afirmam nada saber dos eventuais factos que correm na comunicação social acerca do P. António Júlio”, afirma o comunicado.

A Polícia Judiciária publicou hoje na sua página da internet que “efetuou buscas domiciliárias e não domiciliárias, num concelho do distrito da Guarda, detendo um indivíduo fortemente indiciado pela prática dos crimes de tráfico de pessoas e abuso sexual de pessoa incapaz de resistência”.

“Aproveitando-se das incapacidades psíquicas e da especial vulnerabilidade da vítima, o arguido veio depois a exigir-lhe serviços sexuais, fechando-o em casa e vedando-lhe qualquer contacto com o exterior quando recusava aceder aos seus propósitos”, afirma o comunicado.

A Polícia Judiciária indica que, em 2017, “o arguido foi nomeado tutor da vítima, tendo-a acolhido na sua residência, oferecendo-lhe trabalho, em troca de alojamento e alimentação, sem qualquer outro pagamento”.

O documento da Polícia Judiciária refere o detido tem 63 anos de idade, não tem antecedentes criminais e “será presente à autoridade judiciária competente para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação tidas por adequadas”, e a vítima é um homem de 44 anos de idade que “vai ser instalada num centro de acolhimento e proteção especializado para vítimas de tráfico de seres humanos”.

A Diocese Lamego acrescenta no seu comunicado “não ter recebido até ao presente qualquer denúncia” a esse dos crimes em causa e acompanha a “evolução da situação”, manifestando-se disponível para “apoiar cristã e solidariamente todos os sofredores”.

PR

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