Lamego: «A-Deus, Francisco!», bispo despede-se do Papa e une diocese em «em oração de ação de graças»

«Deixaste-nos muitos tpc para levarmos por diante», assinala D. António Couto

Foto: DR

Lamego, 22 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo de Lamego, na sua mensagem sobre o Papa, lembra encontros, denúncias, e lutas de Francisco, que percorreu “os caminhos do mundo, enchendo-os do Evangelho de Cristo”, neste último segmento da sua vida terrena, desde a eleição.

“Eu bem sabia que, quando percorreste nos últimos dias a Basílica e a Praça de S. Pedro, te estavas a despedir de nós num último gesto de esperança. Ensinaste-nos, além disso, muitas coisas belas”, escreve D. António Couto, na mensagem enviada à Agência ECCLESIA.

“Denunciaste a violência e a prepotência, e cultivaste «nossa senhora, a santa pobreza» à maneira do teu inspirador e protetor, Francisco de Assis. Lutaste contra todas as guerras e divisões, e quiseste dar ao mundo o sabor da paz e da fraternidade. Foste-te embora. Para o país que há muito ansiavas, e deixaste-nos muitos tpc para levarmos por diante”, assinalou.

O Papa Francisco faleceu aos 88 anos, na sequência de um acidente vascular cerebral (Ictus Cerebri), a que se seguiu um coma com “colapso cardiovascular irreversível”, esta segunda-feira, dia 21 de abril, na Casa de Santa Marta, onde se encontrava em convalescença desde 23 de março, após um internamento de 38 dias no Hospital Gemelli, devido a problemas respiratórios, informou o Vaticano.

O bispo de Lamego destaca que Francisco foi ao encontro de todos, “sobretudo dos mais pobres, fragilizados, doentes, reclusos e descartados”, e lembra os vários documentos que escreveu desde o início do pontificado, ‘A Alegria do Evangelho’ (2013), reclamando «O Anúncio do Evangelho» de São Paulo VI (1975) e, sobretudo, o Evangelho de Cristo, «esperança viva» para “o conturbado mundo”.

Segundo D. António Couto, o Papa com a exortação apostólica «A Alegria do Amor» (2016) mostrou “a maravilha da família, do esposo e da esposa, dos pais e dos filhos”, e ensinou “maneiras amoráveis de viver”, enquanto com as Encíclicas Laudato Si’ (2015) (‘Louvado sejas – sobre o cuidado da casa comum’) e ‘Fratelli Tutti’ (2020) (Todos Irmãos), lembrou que se deve “manter asseada, respirável e habitável a casa comum”, e “é viver como irmãos, de mãos e corações abertos” é a melhor maneira.

O bispo de Lamego apela a toda a diocese, “em todas as suas 223 paróquias”, que se una “em oração de ação de graças a Deus por ter dado este bom pai e irmão”, e informa que vão celebrar a Eucaristia pelo Papa Francisco, na sexta-feira, dia 25 de abril, às 18h30, na catedral.

Na mensagem intitulada ‘A-Deus, Francisco!’, D. António Couto termina a afirmar que têm de “continuar a missão” que o Papa deixou “em herança”, recebida “de Jesus Cristo”.

“Testemunhei a bênção que, a meu pedido, deixaste à imagem de Nossa Senhora dos Remédios e a todos os que visitam o seu santuário e se abrigam à sua sombra maternal. Via-se a alegria a alumiar o teu rosto. Sentia-se a ternura que povoava o teu olhar.”

O funeral do Papa Francisco vai ser celebrado este sábado, dia 26 de abril, pelas 10h00 (menos uma em Lisboa), no adro da Basílica de São Pedro; a Missa tem presidência do cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, segundo previsto no ritual das exéquias pontifícias, ‘Ordo Exsequiarum Romani Pontificis’ (82-109), naquele que é considerado o primeiro dia do “novendiales”, período de luto que se prolonga durante nove dias.

O anúncio da morte do Papa foi feito pelo cardeal camerlengo, D. Kevin Farrell, esta segunda-feira: “Queridos irmãos e irmãs, é com profunda dor que devo anunciar a morte do nosso Santo Padre Francisco. Às 07h35 desta manhã, o Bispo de Roma Francisco regressou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua Igreja”.

CB/OC

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