O presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper, afirmou ontem que o Vaticano “compreende as preocupações dos sérvios diante da declaração unilateral de independência de Kosovo”, já que a região “é o berço da Igreja Ortodoxa sérvia”. A declaração foi feita por ocasião da apresentação de dois livros do Cardeal: “Jesus, o Cristo” e um livro de ensaios sobre os seus 75 anos de idade. Quanto à posição da Santa Sé perante a proclamação de independência kosovar, o Cardeal Kasper reiterou a prudência mantida até agora. “O Vaticano não disse nada sobre o reconhecimento e estamos à espera. Parece que há uma tendência das grandes nações europeiasem favor do reconhecimento, veremos o que a Santa Sé fará no futuro próximo”, indicou. Recentemente, Bento XVI pediu “prudência e a moderação” no conflito entre a Sérvia e o Kosovo. Este apelo foi dirigido às “partes envolvidas para que procurem soluções que promovam o respeito mútuo e a reconciliação”, durante o encontro que manteve com o embaixador da República Sérvia junto da Santa Sé, Vladeta Jankovic. A 17 de Fevereiro, o Vaticano apelou à prudência a respeito da declaração unilateral de independência aprovada nesse dia por unanimidade e aclamação pelo Parlamento do Kosovo, província sérvia de população maioritariamente albanesa. Numa declaração do Pe. Federico Lombardi, director dos serviços de informação do Vaticano, podia ler-se que a Santa Sé “convida em particular os responsáveis políticos da Sérvia e do Kosovo à prudência e à moderação”. Para a Santa Sé é essencial “um compromisso decidido para esconjurar reacções extremistas e derivações violentas, de modo a que se criem a partir de agora as premissas para um futuro de respeito, de reconciliação e de colaboração”.