Jovens vão trabalhar numa quinta para perceber relação entre espiritualidade e ecologia
Lisboa, 05 ago 2011 (Ecclesia) – A horta de Margarida Alvim, em Ourém, vai acolher 60 peregrinos estrangeiros como preparação para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), marcada para os dias 16 a 21 de agosto, em Madrid.
A engenheira florestal contou ao programa ECCLESIA na Antena 1 transmitido esta quinta-feira que vai proporcionar aos participantes a oportunidade de aprofundarem a relação “entre ecologia e espiritualidade” através da “proximidade com a natureza e a vida no campo”.
“Vamos levantar cedo para realizar diversos trabalhos agrícolas”, explicou a responsável de 37 anos, acrescentando que a atividade no campo “é muito pedagógica” para que os jovens toquem “o essencial da vida” e percebam “Deus a atuar no mundo e na criação”.
Enquanto que a parte da manhã vai servir para os participantes meterem os pés na terra e as mãos na enxada, a tarde será reservada à reflexão, oferecendo-lhes a possibilidade de apreenderem que a velocidade da natureza é diferente do ritmo urbano: “Há um tempo para semear, para manter e para colher”, salienta Margarida Alvim.
A iniciativa, que decorre entre 8 e 12 de agosto na quinta situada 140 km a norte de Lisboa, integra o programa ‘Magis’, conjunto de eventos prévios à Jornada Mundial da Juventude organizado pela Companhia de Jesus, que arranca este sábado em Loyola.
Os cerca de dois mil participantes de todo o mundo esperados na cidade espanhola onde nasceu Santo Inácio, fundador da congregação católica, vão depois dividir-se em grupos de 25, dirigindo-se a diversos locais da Península Ibérica, onde permanecem alguns dias para atividades baseadas em temas como a natureza, arte, peregrinação e ação social.
Esta ‘pré JMJ’, que antecede e prepara o encontro de Madrid, pretende “trabalhar a espiritualidade” jesuíta, e no caso da quinta de Margarida Alvim vai também propiciar uma “experiência de desinstalação que faça sair os jovens do que já conhecem”.
A responsável vai receber, no quadro do ‘Magis’, jovens de países como Líbano, Irlanda e Espanha, a que se juntará mais tarde uma peregrinação organizada pela congregação das Irmãs Escravas do Coração de Jesus, totalizando 60 estrangeiros que a 12 de agosto partem a pé para uma caminhada de 12 km até Fátima.
“A grande expectativa é ter uma experiência humana muito forte no meio de uma grande diversidade de culturas”, mediante a “partilha, celebração e oração” entre “pessoas que mal se conhecem mas que estão a peregrinar com o mesmo fim”, destacou Margarida Alvim.
PRE/RM