Luísa Gonçalves, diocese do Funchal
O mês de junho, na tradição católica, é um convite espiritual para nos voltarmos para o Sagrado Coração de Jesus. Num mundo marcado pela pressa, conflitos e indiferença, essa devoção apresenta-se como um momento de esperança e amor.
O Sagrado Coração é o símbolo do amor divino que se entrega por completo. Não se trata apenas de uma imagem bonita ou uma prática antiga: é um chamamento atual para redescobrirmos a ternura de Deus. Como diz a Escritura: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mt 11,29).
Num tempo em que muitos corações se encontram feridos, endurecidos ou desacreditados, o Coração de Jesus continua aberto, vivo e pulsante, oferecendo perdão, acolhimento e paz. Ele mesmo declarou:
“Com amor eterno eu te amei; por isso conservei por ti o meu carinho” (Jr 31,3).
Rezar ao Sagrado Coração, consagrar-se a Ele, tudo isso são formas de responder a um amor que nunca se cansa de nos esperar. Mas mais do que práticas externas, o que este mês nos propõe é uma conversão interior: permitir que nosso coração bata ao ritmo do de Cristo, aprendendo com Ele a amar, servir e perdoar.
Jesus ainda hoje nos chama: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3,20). É esse encontro pessoal e transformador que o mês de junho nos propõe.
Que neste mês, mesmo no meio de tantas vozes que nos dispersam, saibamos escutar a silenciosa e profunda voz do Coração de Jesus, que nos chama pelo nome e deseja habitar em nós. É tempo de abrir o nosso coração àquele que jamais fecha o Seu.
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