O ano de 5765 do calendário judaico começa hoje, 16 de Setembro, data que se celebra durante dois dias, marcados pela reflexão sobre as acções individuais e pelo arrependimento. O calendário judaico começa com o ano um da criação do mundo. O judaísmo situa esta data da criação do mundo 3761 anos antes da era cristã, ou seja há 5764 anos. Esta é a data judaica actual e apesar de os judeus adoptarem o calendário gregoriano, colocam sempre a data religiosa nas suas efemérides e realizações, nas campas funerárias, etc. O cálculo, pelo judaísmo antigo da criação do mundo, fundamentava-se nas tábuas genealógicas da Bíblia, na duração de vida das personagens bíblicas e na criação do mundo em seis dias. O calendário judaico é um calendário essencialmente lunar, de 12 meses. Cada mês começa com a lua nova e os nomes dos 12 meses são de origem babilónica. Antes da introdução de um calendário permanente, a identificação da lua nova era determinante para a celebração das festas judaicas do mês. Na época do Templo de Jerusalém, eram as autoridades religiosas que decidiam das datas das celebrações judaicas e as transmitiam às comunidades do exterior através de fogos de sinalização ou de mensageiros. Para evitar dúvidas, os rabinos instituíram dois dias de celebrações para as comunidades do exterior. No ano de 358 foi instaurado um calendário fundamentado em cálculos matemáticos e astronómicos que depois de algumas alterações no séc. X se mantém inalterado até hoje. No calendário judaico, os dias começam ao pôr do sol e acabam no dia a seguir ao pôr do sol. Assim quer o Shabat, quer todas as festas judaicas começam no pôr do sol da véspera (por exemplo, o Shabat começa à sexta-feira ao cair da noite) e acaba com o aparecimento das primeiras três estrelas do dia a seguir. Assim, as cerimónias do Ano Novo — ou Rosh Hashaná em hebraico — na recém-restaurada sinagoga “Shaaré Tikva” de Lisboa, tal como nas sinagogas de Israel e de todo o mundo, começarão à hora em que nascerem as estrelas a 15 de Setembro.