Papa recebeu peregrinos em audiência jubilar a quem afirmou que «perder segurança e tranquilidade a favor do bem» torna o mundo melhor

Cidade do Vaticano, 06 dez 2025 (Ecclesia) – O Papa Leão XIV afirmou hoje, na audiência jubilar que o mundo “torna-se melhor” se cada pessoa “perder um pouco a segurança e a tranquilidade e escolher o bem”, convidando os peregrinos à “participação”.
“Perguntemo-nos: estou a participar em alguma iniciativa boa, que envolve os meus talentos? Tenho a visão e o alcance do Reino de Deus quando presto algum serviço? Ou faço-o resmungando, queixando-me de que tudo corre mal? O sorriso nos lábios é o sinal da graça em nós”, partilhou na Praça de São Pedro, que juntou peregrinos diversos pontos do mundo.
“Ninguém salva o mundo sozinho. E nem mesmo Deus quer salvá-lo sozinho: Ele poderia, mas não quer, porque juntos é melhor. Participar faz-nos expressar e torna mais nosso aquilo que, no final, contemplaremos para sempre, quando Jesus voltar definitivamente”, acrescentou.
Leão XIV lembrou que o lema do Jubileu, «Peregrinos da esperança», não quer ser “um slogan” que será esquecido com o tempo, mas é antes “um programa de vida”.
“É um programa de vida: «peregrinos da esperança» significa pessoas que caminham e esperam, mas não de braços cruzados, participando”, sublinhou.
O Papa recordou que o Concílio Vaticano II “ensinou a ler os sinais dos tempos” e que é necessário “arregaçar as mangas” e procurá-los com “inteligência”.
“O Concílio Vaticano II ensinou-nos a ler os sinais dos tempos: diz-nos que ninguém consegue fazê-lo sozinho, mas juntos, na Igreja e com muitos irmãos e irmãs, lemos os sinais dos tempos. São sinais de Deus, de Deus que vem com o seu Reino, através das circunstâncias históricas. Deus não está fora do mundo, fora desta vida. E o Concílio disse que esta missão é particularmente dos fiéis leigos, homens e mulheres, porque o Deus que se encarnou vem ao nosso encontro nas situações do dia a dia. Nos problemas e nas belezas do mundo, Jesus espera-nos e envolve-nos, pede-nos que trabalhemos com Ele. É por isso que esperar é participar”, indicou.
Durante a audiência jubilar, o Papa recordou o testemunho de um jovem italiano, contemporâneo da II Guerra Mundial, Alberto Marvelli, e que se dedicou a socorrer os feridos, os doentes e os deslocados.
“Muitos admiravam a sua dedicação desinteressada e, após a guerra, foi eleito vereador e encarregado da comissão para a habitação e a reconstrução. Assim, entrou na vida política ativa, mas, precisamente quando se dirigia de bicicleta a um comício, foi atropelado por um camião militar. Tinha 28 anos”, afirmou.
Leão XIV indicou a vida do jovem italiano como um exemplo de serviço e de alegria “mesmo em meio de grandes riscos”.
LS
