«Sois o sinal de que é possível um mundo diferente, um mundo de fraternidade e amizade» – Leão XIV

Roma, 03 ago 2025 (Ecclesia) – O Papa despediu-se hoje dos participantes no Jubileu dos Jovens, que reuniu mais de um milhão de pessoas reunidas na zona de Tor Vergata, arredores de Roma, com uma mensagem para as vítimas da violência, em vários países.
“Em comunhão com Cristo, a nossa paz e esperança para o mundo, estamos mais próximos do que nunca dos jovens que sofrem os males mais graves, provocados por outros seres humanos. Estamos com os jovens de Gaza. Estamos com os jovens da Ucrânia, com os de todas as terras ensanguentadas pela guerra”, disse, antes da recitação do ângelus, na Eucaristia conclusiva do encontro jubilar.
Numa das maiores celebrações do Ano Santo, que a Igreja Católica se encontra a celebrar, Leão XIV deixou uma mensagem de esperança nas novas gerações.
“Meus jovens irmãos e irmãs, sois o sinal de que é possível um mundo diferente, um mundo de fraternidade e amizade, onde os conflitos não se resolvem com armas, mas com diálogo”, declarou.
Leão XIV, que na tarde de sábado tinha presidido à vigília de oração em Tor Vergata, falou em italiano, espanhol e inglês aos peregrinos dos cinco continentes.
“Com Cristo é possível. Com o seu amor, com o seu perdão, com a força do seu Espírito. Meus queridos amigos, unidos a Jesus dareis muito fruto, sereis sal da terra, luz do mundo, sereis sementes de esperança onde quer que vivais, na família, com os amigos, na escola, no trabalho”, apelou.
O Papa desejou que os jovens sejam “sementes de esperança”, inspirando-se na experiência dos últimos dias, em Roma.
“Foi uma cascata de graças para a Igreja e para o mundo inteiro, e assim foi devido à participação de cada um de vós. Por isso, quero agradecer-vos, um a um, com todo o meu coração”, disse.
Leão XIV voltou a recordar as peregrinas Maria e Pasquale, da Espanha e do Egito, que faleceram nos últimos dias, durante a participação no Jubileu.
“Agradeço aos bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e educadores que vos acompanharam, bem como a todos os que rezaram por este acontecimento e participaram espiritualmente”, acrescentou.



No final da Missa, perante os prolongados cantos de “Esta é a juventude do Papa” e “Papa Leão”, Leão XIV voltou ao palco, já sem paramentos litúrgicos, uma última saudação, agradecendo a todos os que estiveram envolvidos na preparação e celebração deste Jubileu.
Após saudar os jovens coreanos, que vão receber a JMJ 2027 em Seul, o Papa voltou a lembrar os que estiveram ausentes, por diversos motivos, nesta celebração jubilar.
“Peço que transmitam também os meus cumprimentos aos muitos jovens que não puderam vir e estar aqui connosco. Em muitos países era impossível sair, há locais onde os jovens não podem, por razões que conhecemos. Levem essa alegria, esse entusiasmo, para o mundo inteiro”, pediu.
Vós sois o sal da terra, a luz do mundo. Transmitam esta saudação a todos os vossos amigos, a todos os jovens que necessitam de uma mensagem de esperança. Obrigado, mais uma vez, e tenham uma boa viagem.”
Ao deixar Tor Vergata, local que recebeu a JMJ 2000, o Papa saudou a multidão, que passou a noite no local, após a vigília de oração de sábado, percorrendo o espaço em carro aberto, antes de regressar ao Vaticano, em helicóptero.
Milhares de jovens de 146 países, vindos dos cinco continentes, chegaram a Roma desde a última segunda-feira para o seu encontro jubilar.
De Portugal partiu uma delegação de 11 527 participantes, a maior num evento do género, no estrangeiro; a Jornada Mundial da Juventude decorreu em Lisboa, em agosto de 2023.
O Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro Ano Santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos.
OC