Audiência pública, no Ano Santo, destacou importância de ser «pequeno» aos olhos de Deus




Cidade do Vaticano, 27 set 2025 (Ecclesia) – O Papa presidiu hoje a uma audiência pública extraordinária, no Ano Santo que a Igreja Católica está a celebrar, deixando indicações a milhares de catequistas de todo o mundo, presentes para o seu Jubileu.
“Ao instruir outras pessoas na fé, tenham em mente a importância de ensiná-las a cultivar um relacionamento com Jesus. Que o Seu amor reavive em todos nós a esperança que não dececiona. Deus abençoe todos”, disse Leão XIV, nas saudações aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
O Jubileu dos Catequistas decorre em Roma desde sexta-feira, reunindo mais de 20 mil peregrinos de 115 países; mais de 800 catequistas de Portugal estão presentes em Roma, em representação das dioceses do país.
O Papa convidou estes peregrinos a “servir generosamente a Igreja, irradiando esperança”.
“Que as graças obtidas no Ano Santo vos fortaleçam no vosso importante ministério de semear a semente do Evangelho nos corações dos jovens, enquanto enfrentais desafios difíceis. Ouvi o sentido da fé do povo de Deus”, recomendou.
A reflexão inicial abordou o tema da esperança, centro do Jubileu convocado por Francisco e agora presidido por Leão XIV.
Depois de saudar, em papamóvel, os participantes na audiência jubilar, o pontífice deixou um elogio às “pessoas de alma humilde”, capazes de “tornar-se pequenas segundo o Evangelho para intuir e servir os sonhos de Deus”.
“Os pequenos intuem. Eles têm o ‘sensus fidei’, que é como um sexto sentido das pessoas simples para as coisas de Deus. Deus é simples e revela-se aos simples. Por isso, há uma infalibilidade do povo de Deus na fé, da qual a infalibilidade do Papa é expressão e serviço”, sustentou.
Leão XIV deu como exemplo destaca capacidade a história de Santo Ambrósio, que antes de se tornar bispo era governador em Milão, no século IV, momento em que “a Igreja estava dilacerada por grandes conflitos e a eleição do novo bispo estava a transformar-se num verdadeiro tumulto”.
Uma criança terá gritado “Ambrósio bispo” e a população uniu-se ao grito, num momento em que o futuro santo era “apenas um catecúmeno, ou seja, estava a preparar-se para o batismo”.
“Ainda hoje, esta é uma graça a pedir: tornar-se cristão enquanto se vive o chamamento recebido”, acrescentou o Papa.
Intuir é uma forma de esperar, não o esqueçamos! É também assim que Deus faz avançar a sua Igreja, mostrando-lhe novos caminhos.”
No final da audiência, Leão XIV deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa, em especial aos catequistas.
“Que nunca vos falte nem coragem nem dedicação no anúncio da boa nova de Jesus, em particular às crianças, para que elas cresçam intuindo que Deus as ama e tem para elas grandes sonhos. De coração, abençoo todos”, declarou.
OC
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