Leonor Gomes e Raquel Gonçalves integram o conjunto de peregrinos da diocese, em Roma, falando em oportunidade única

Carlos Borges, enviado da Agência ECCLESIA ao Jubileu dos Jovens
Roma, 01 ago 2025 (Ecclesia) – O padre João Paulo Pereira, diretor da Pastoral Juvenil da Diocese de Bragança-Miranda, está a participar no Jubileu dos Jovens, com um grupo de peregrinos, e espera que a experiência em Roma se traduza na renovação da comunidade.
“Queremos renovar, de facto, o nosso compromisso na comunidade, para que a comunidade se renove, mas também queremos, sobretudo, aumentar a comunhão entre as realidades paroquiais, comunitárias, para que se sintam uma só família enquanto jovens, para que não sejam grupos isolados”, afirmou o responsável, em declarações à Agência ECCLESIA.
O sacerdote destaca a importância de encontros mundiais como o Jubileu para os jovens perceberem que não estão sozinhos, desejando que também na diocese os momentos de comunhão aconteçam, seja através dos Dias diocesanos da Juventude ou noutras atividades.
“Partindo desta vontade, sobretudo, de renovação na comunidade e presença assídua, comprometedora e com alegria, que brote essa alegria da esperança que aqui foi semeada”, deseja.
A Diocese de Bragança-Miranda está a participar no Jubileu dos Jovens, inserido no Ano Santo 2025, com um grupo “heterogéneo” de cerca de 30 peregrinos, depois de há um ano se iniciar um processo de auscultação promovido pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, explica o padre João Paulo.
A comitiva é composta por dois grupos: um da cidade de Bragança, o coro Arco Íris, que participa em muitas atividades da diocese, e outro dos jovens Marianos da Imaculada Conceição.
O bispo da Diocese de Bragança-Miranda desafiou esta congregação a assumir o Departamento da Juventude diocesano e, apesar de todas as dificuldades que este setor comporta, o padre João Paulo descreve que “os horizontes são bons, são largos e grandes”.
“Implica compromisso e trabalho, não só da equipa, mas dos párocos, da comunidade cristã, para que seja acolhedora, para que dê espaço a estes jovens que são cheios de energia”, destacou.
Inserida no grupo está Leonor Gomes, de 16 anos, que decidiu participar no Jubileu dos Jovens com o intuito de viver uma “experiência parecida” à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023.
Já Raquel Gonçalves, de 15 anos, de Macedo de Cavaleiros, tomou a decisão de viajar até Roma depois de ouvir os relatos das amigas de como a JMJ tinha sido uma “experiência única”, onde se tinham sentido “verdadeiramente em contacto com Deus”. “Tem sido um grande saco de emoções. Estamos a uma hora de Roma de comboio, já o perdemos, já tivemos de apanhar táxis às três da manhã. Tem sido bastante confusão, mas é o que eu digo, é muito gratificante”, conta. A Igreja Católica está a viver o Ano Santo 2025 – o seu 27.º jubileu ordinário – celebração que acontece a cada 25 anos – com o tema ‘Peregrinos da Esperança’, “Penso que ser uma semeadora de esperança não tem propriamente a ver com a idade. Nós podemos ser semeadoras de esperança com 10, 15, 70 anos. O que interessa é quem somos por dentro e o que fazemos”, afirmou Leonor Gomes. Para Raquel Gonçalves, “a esperança é poder acreditar num amanhã” em que todos estão bem, “em que as guerras acabam”. Em 2023, o Papa Francisco convocou, em Lisboa, os jovens de todo o mundo a participar no Jubileu dos Jovens, que em Roma encontram um novo pontífice. “O Papa Francisco, o anterior, era muito importante para mim, era uma pessoa em que eu me revia muito e tentava seguir ao máximo os ensinamentos. O Papa Leão XIV ainda não deu muito tempo também para o conhecer, mas do que se diz dele e do que eu vejo que ele faz, penso que está a seguir bem as pegadas do Papa Francisco”, diz Leonor Gomes. Para a jovem, o Papa eleito a 8 de maio vai ser também “muito importante” para continuar a “energia na Igreja Católica” e manter a “esperança viva nos jovens”. O Jubileu dos Jovens, que conta com 11 527 participantes portugueses, a maior delegação num evento do género, no estrangeiro, chega ao fim este domingo. “[Espero] levar muitas memórias, muitas recordações, um íman ou outro para os meus pais, mas principalmente amizade, esperança. Muitas memórias que já nos três dias construí e que espero construir. Estou muito ansiosa para a noite em Tor Vergata”, conclui. |
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