14 organizações católicas subscreveram compromisso conjunto, inspirado na Doutrina Social da Igreja









Lisboa, 11 out 2025 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, destacou hoje a centralidade da dignidade humana nas relações laborais, afirmando que “onde há trabalho, há esperança”.
“O trabalho é um fator de esperança. Onde há trabalho há esperança”, sustentou, no final do Jubileu Diocesano do Mundo do Trabalho, que decorreu no Fórum Lisboa.
O responsável católico alertou os cerca de100 participantes para o facto de haver “trabalho escravo”, para sublinhar que esta esperança “não é um dado adquirido”.
“Ela surge quando há compromisso, entrega e dignidade. É nos gestos concretos, no respeito pelo outro e na justiça, que o trabalho se torna sinal de esperança”, sustentou.
Após a reflexão, com referências à vida familiar e às suas experiências de trabalho na juventude, D. Rui Valério presidiu à Missa final, na qual sustentou que “no mundo do trabalho, cada tarefa e cada esforço são palavra transformada em gesto”.
Citando a reflexão na Doutrina Social da Igreja, desde a ‘Rerum Novarum’ de Leão XIII (1891), o patriarca de Lisboa indicou que “que o trabalho não é apenas um meio de sobrevivência, mas caminho de dignidade e participação na obra criadora de Deus”, advertindo que negar salários justos ou condições dignas “é ferir a esperança” e bloquear o caminho de justiça que deve orientar toda a economia.
Neste Ano Jubilar somos chamados a ser artesãos de esperança no mundo do trabalho. Como? Escutando a Palavra e deixando que ela inspire a nossa vida profissional; fazendo do diálogo e do respeito a linguagem dos ambientes laborais; lutando por justiça, dignidade e solidariedade em cada setor.”
Na sua declaração conjunta, 14 instituições católicas apelaram a um compromisso renovado na pastoral do trabalho, à luz do Jubileu de 2025.
“Nas grandes decisões estratégicas e financeiras, os empresários não podem seguir apenas critérios de natureza financeira ou comercial, esquecendo a dignidade humana dos trabalhadores. Renunciar ao investimento nas pessoas para se obter maior receita imediata acaba por se revelar como uma má opção para a sociedade”, adverte o documento, apresentado na sessão conclusiva.
O texto aborda as várias transformações do trabalho, da automação à inteligência artificial, à luz de critérios éticos e da Doutrina Social da Igreja.
Entre os princípios destacados estão o equilíbrio entre vida familiar e profissional, o valor do descanso, e a importância do pleno emprego.
“Capital, natureza e trabalho devem estar ao serviço das pessoas que integram a comunidade que constitui a empresa. A rentabilidade não pode sacrificar a dignidade e os direitos dessas pessoas, que são o património mais precioso de qualquer empresa”, refere o compromisso ‘Reanimar a Esperança no Mundo do Trabalho’.
A iniciativa contou com mais de uma dezena de convidados para refletir sobre os ‘Desafios no mundo do trabalho’ e o tema da esperança, que inspira o Ano Santo vivido na Igreja Católica.
OC