Padre Tiago Torres convida jovens a «pôr diante de Deus o seu coração inteiro»








Carlos Borges, enviado da Agência ECCLESIA ao Jubileu dos Jovens
Roma, 01 ago 2025 (Ecclesia) – O Circo Máximo, em Roma, acolhe hoje a jornada penitencial do Jubileu dos Jovens, com 200 tendas-confessionários e milhares de sacerdotes disponíveis para acolher os peregrinos em várias línguas, incluindo o português, no sacramento da Reconciliação.
“O Sacramento da Reconciliação é um lugar onde podem pôr diante de Deus o seu coração inteiro, não só a versão ideal do que gostariam que fosse, não só as coisas boas que gostam de mostrar, mas isto tudo, por inteiro”, refere à Agência ECCLESIA o padre Tiago Torres, responsável pela Pastoral Juvenil na Diocese de Lamego.
O sacerdote acompanha um grupo de 138 jovens, movidos pelo “desejo de responder ao convite do Papa Francisco, em Lisboa”, há dois anos.
“A grande graça que se tem encontrado é os jovens descobrirem que o Deus em que nós acreditamos é um Deus que nós podemos encontrar nas nossas feridas”, indica.
O padre Tiago Torres também vai confessar alguns dos peregrinos, assumindo o desejo de ser “instrumento deste encontro de Deus com o coração das pessoas”.
O mais jovem sacerdote da Diocese de Lamego está a viver este Jubileu como um momento “muito especial”, no início do seu ministério.
“Sei que vou recordar esta semana durante muito tempo e acredito que também me vai fortalecer no caminho que agora comecei”, declara.
Cláudia Dias integra o grupo vindo de Lamego e pertence ao movimento ‘Jovens Sem Fronteiras’ (Espiritanos).
“Vir ao Jubileu dos Jovens é uma oportunidade imperdível, para nós, e é importante porque necessitamos de fazer estas peregrinações, como diocese, para nos ligarmos mais uns aos outros”, indica.
Quanto à jornada penitencial, a peregrina portuguesa assinala que é uma “forma mais intensa” de viver uma dimensão “essencial” do Jubileu, ligada ao perdão dos pecados.
Apesar da experiência da JMJ Lisboa 2023, a participante admite que tem sido necessária “resiliência, não só enquanto grupo, mas também pessoalmente”, perante situações inesperadas, falando numa “aprendizagem única”.
Cláudia Dias teve oportunidade de visitar a Casa Geral dos Espiritanos, em Roma, com jovens de vários países.
“Enquanto missionários, somos chamados a estar atentos ao outro, a quem aqui passa, no Jubileu”, observa.
Rita Santos veio da Diocese de Portalegre-Castelo Branco para viver a sua primeira experiência num Jubileu, movida pelo que viveu na JMJ Lisboa 2023 e pelo “incentivo do Papa Francisco”.
“A experiência começou também antes disto, com a construção do Jubileu, a construção do grupo para vir, a própria organização”, recorda.
Chegada à capital italiana, a peregrina sentiu a “esperança” que inspira este Ano Santo, com a perceção de estar a viver “algo que não acontece todos os dias”.
“Não acontece estar rodeada de milhares e milhares de pessoas movidas pela fé, movidas por algo que elas ainda não conhecem, movidas pela alegria, movidas pela esperança de tornar este mundo um bocadinho melhor”.
Quanto à jornada penitencial, Rita Santos sublinha a necessidade de sair de Roma como pessoas “diferentes”.
“Se entramos ainda meio a medo ou com algumas feridas passadas, até cicatrizes, sairemos com mais esperança e mais espaço para que Deus entre na nossa vida”, aponta.
A” esperança é aquilo que nos faz olhar o mundo com olhos de luz e não deixarmos que tudo aquilo que acontece de mal nos consuma, mas que nos dê ainda mais vontade de, pelo menos, deixar o mundo um bocadinho melhor do que quando nós aqui encontramos”, insiste.

Milhares de jovens de todo o mundo começaram a ser recebidos em Roma desde segunda-feira, num evento que segue, na maior parte do seu programa, a agenda de uma Jornada Mundial da Juventude, tendo celebrado esta terça-feira a Missa de boas-vindas, na Praça de São Pedro, onde o Papa apareceu de surpresa para saudar a multidão.
No sábado, informa o Vaticano, os portões da área junto à Universidade de Tor Vergata serão abertos às 09h00 locais (menos uma em Lisboa); a chegada do Papa marca o início da vigília de oração, pelas 20h30, durante a qual três jovens farão perguntas ao pontífice sobre os temas amizade, coragem e espiritualidade.
Estima-se que cerca de um milhão de participantes passem a noite no local, onde Leão XIV vai presidir à Missa, pelas 09h00 de domingo.
O Jubileu dos Jovens conta com 11 527 participantes portugueses, a maior delegação num evento do género, no estrangeiro.
CB/OC