Concerto foi acompanhado por grupo de peregrinos orientado pelo coordenador da pastoral do Ensino Superior



Carlos Borges, enviado da Agência ECCLESIA ao Jubileu dos Jovens
Roma, 31 jul 2025 (Ecclesia) – O sacerdote jesuíta Duarte Rosado levou a Roma o seu concerto-oração ‘Isaías e a Fragilidade’, com uma mensagem ligada ao Jubileu e à capacidade de encontrar a esperança nos momentos difíceis.
“A fragilidade é bastante inevitável, mas a esperança não começa quando a fragilidade acaba, eu acho que a esperança começa dentro da fragilidade de um Deus que acolhe a fragilidade de braços abertos”, refere à Agência ECCLESIA.
O religioso encerrou, na noite desta quarta-feira, o programa especial dedicado à delegação portuguesa no Jubileu dos Jovens, com um concerto na Basílica dDe Santo António, na Via Merulana, Roma.
“Acho que é a partir da fragilidade que também podemos crescer, porque é onde temos de confiar e onde podemos nos pôr nas mãos de Deus, acho que é o lugar mais fecundo, até”, assinala, a respeito da proposta musical deixada aos jovens peregrinos, durante quase uma hora.
A apresentação, com duas músicas novas, aconteceu a convite do Departamento Nacional do Pastoral Juvenil.
O padre Duarte Rosado integra um grupo com cerca de 30 peregrinos, ligados à Pastoral Universitária
“O grupo tem sido maravilhoso, é suficientemente pequeno para ser flexível e podermos andar à vontade sem estar preocupados. Também há momentos engraçados, eu acho que se vivem tempos difíceis e tempos cheios de esperança ao mesmo tempo”, relata.
As deslocações por Roma incluem cerca de 45 minutos de viagem no autocarro, onde o grupo tem cantado e procurado deixar um testemunho de alegria, no Jubileu.
“Este Jubileu pode ser um lugar que traz luz às vidas dos mais novos”, observa o religioso.
Em Roma está também o coordenador do SNPES – Serviço Nacional da Pastoral do Ensino Superior, padre Miguel Gonçalves Ferreira, que acompanha este grupo, vindo de Évora e de outros espaços do país, ligados ao Ensino Superior e à espiritualidade inaciana.
“Os jovens já são sinal de esperança, porque trazem em si o futuro, trazem em si o desejo de que as coisas corram melhor, trazem em si o desejo de fazer pela vida, e isso é um desejo também colocado pelo Espírito Santo em nós”, assinalou o sacerdote.
Para o responsável católico, é importante deixar crescer as “raízes para que esta esperança seja uma árvore sólida”.
“Espero que estes jovens levem do Jubileu uma experiência de encontro com Cristo”, aponta.
O grupo integra o angolano Ângelo Joaquim, estudante em Lisboa no curso de Engenharia Civil, que está a viver o Jubileu dos Jovens depois de “algum tempo um pouco afastado da Igreja”.
O peregrino assume o desejo de “viver a fé em comunidade”.
“Quando me mudei para Lisboa não conhecia ninguém, era uma cidade nova, era um mundo completamente novo para mim e foi mesmo difícil, mas depois de eu ter conhecido os amigos que me introduziram ao CUPAV, a minha vida mudou completamente e eu acho que é isto que me faltava, viver a fé em comunidade”, assume.
Ângelo Joaquim mostra-se impressionado com o Papa Leão XIV e, em particular, com os vários apelos à paz.
“Nós estamos cansados de conflitos que não têm valor para ninguém, só trazem desperdício. E é um pouco difícil para mim compreender porque é que temos a necessidade de maltratar os nossos irmãos”, afirma.
Beatriz Picciochi, lisboeta de 21 anos, procura viver em Roma uma continuidade com a JMJ 2023, que considera “uma grande riqueza”.
A entrevistada admite que a morte do Papa Francisco, no percurso de preparação para o Jubileu dos Jovens, deixou marcas, mas sublinha que Leão XIV também se tem “mostrado muito próximo dos jovens”, com várias manifestações de “carinho” pelas novas gerações.
Questionado sobre o tema do Jubileu, Beatriz Picciochi declara que “a esperança por excelência é esta capacidade da espera, é uma coisa muito bonita de partilhar, o saber que alguma coisa há de vir”.
Milhares de jovens de todo o mundo começaram a ser recebidos em Roma desde segunda-feira, num evento que segue, na maior parte do seu programa, a agenda de uma Jornada Mundial da Juventude, tendo celebrado esta terça-feira a Missa de boas-vindas, na Praça de São Pedro, onde o Papa apareceu de surpresa para saudar a multidão.
No sábado, informa o Vaticano, os portões da área junto à Universidade de Tor Vergata serão abertos às 09h00 locais (menos uma em Lisboa); a chegada do Papa marca o início da vigília de oração, pelas 20h30, durante a qual três jovens farão perguntas ao pontífice sobre os temas amizade, coragem e espiritualidade.
Estima-se que cerca de um milhão de participantes passem a noite no local, onde Leão XIV vai presidir à Missa, pelas 09h00 de domingo.
O Jubileu dos Jovens conta com 11 527 participantes portugueses, a maior delegação num evento do género, no estrangeiro; Lisboa acolheu a Jornada Mundial da Juventude em agosto de 2023.
CB/OC