Sacerdotes de vários países, incluindo Portugal, vão ser enviados no ano santo extraordinário para promover o perdão dos pecados
Cidade do Vaticano, 09 fev 2016 (Ecclesia) – O Papa vai encontrar-se hoje com centenas de “missionários da misericórdia”, sacerdotes de vários países, incluindo Portugal, que Francisco envia neste ano santo extraordinário para promover o perdão dos pecados.
A audiência na sala Paulo VI, do Vaticano, tem início marcado para as 17h30 locais (menos uma em Lisboa).
Já na quarta-feira, durante a celebração de Cinzas na Basílica de São Pedro (17h00), Francisco vai presidir ao envio destes missionários por ocasião do Jubileu da Misericórdia, que se prolonga até novembro.
Os sacerdotes recebem o mandato de “anunciar a beleza da misericórdia de Deus e de serem confessores humildes e sábios, capazes de grande perdão”, explicou o Vaticano.
Trata-se de 1071 padres vindos de todos os continentes, incluindo países como Timor-Leste, Birmânia, China, Egito ou Líbano, para além de sacerdotes de rito oriental.
O padre Rui Valério, da Paróquia da Póvoa de Santo Adrião, em Lisboa, é um dos sacerdotes que o Papa vai enviar como “missionários da misericórdia”, durante o Ano Santo que a Igreja Católica está a viver.
“Ser nomeado, escolhido para missionário da misericórdia é qualquer coisa que nos remete para uma grandeza e uma dimensão que não é só nossa”, realça o membro da congregação dos Padres Monfortinos, em entrevista à Agência ECCLESIA.
Na Quarta-feira de Cinzas, celebração litúrgica que marca o início da Quaresma, vai estar junto dos padres de todos os continentes que vão receber do Papa Francisco o “mandato” de serem no mundo sinais do perdão e da misericórdia de Deus.
Para o padre Rui Valério, o objetivo do Papa Francisco, ao enviar estes 1071 missionários da misericórdia, é ajudar a “sarar as muitas feridas que dilaceram o coração e a vida de tantos homens e mulheres”.
Abraçar a missão de missionário, no contexto do Ano da Misericórdia, é “abraçar todo um programa de vida”, acrescenta o religioso monfortino, que destaca a importância de poder ser “sinal” para os outros, de poder “indicar” um caminho para “o coração misericordioso de Deus”.
Estes sacerdotes terão a faculdade de perdoar pecados “reservados”, ou seja, que só podem ser perdoados pela Santa Sé (Penitenciária Apostólica), como a profanação da Eucaristia, a violação do sigilo sacramental (por parte de um sacerdote) ou a violência física contra o Papa, por exemplo.
Por outro lado, como já tinha sido anunciado, durante todo o Ano Santo extraordinário qualquer sacerdote pode absolver o pecado do aborto, uma faculdade atualmente concedida aos bispos, que a podem delegar a penitenciários de algumas basílicas e santuários.
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