Jubileu: Felicidade não é uma «app», mas liberdade e amor responsáveis, diz Papa aos jovens

Francisco encontrou-se com milhares de adolescentes na Praça de São Pedro, para assinalar ano santo da Misericórdia

Cidade do Vaticano, 24 abr 2016 (Ecclesia) – O Papa presidiu hoje à Missa do Jubileu dos adolescentes, que levou dezenas de milhares de pessoas ao Vaticano, e afirmou que a felicidade não é uma ‘app’, mas liberdade e amor responsáveis, com respeito pelo outro.

“A vossa felicidade não tem preço, nem se comercializa; não é uma ‘app’ que se descarrega no telemóvel: nem a versão mais atualizada vos poderá ajudar a tornar-vos livres e grandes no amor”, assinalou, numa intervenção em tom coloquial.

Na celebração que encerrou a celebração destinada aos adolescentes no ano santo da Misericórdia (dezembro 2015-novembro 2016), iniciativa promovida pelo Papa, Francisco apresentou uma reflexão sobre a liberdade, sublinhando que esta implica “saber dizer não”.

“A liberdade não é poder fazer sempre aquilo que me apetece: isto torna-nos fechados, distantes, impede-nos de ser amigos abertos e sinceros”, advertiu.

O pontífice argentino contestou uma mentalidade consumista, que avalia as pessoas pela roupa ou pelas suas posses, e convidou os jovens a fazer “corajosas e fortes” para concretizarem os seus sonhos e darem sentido à vida.

“Não vos contenteis com a mediocridade, com o ‘deixa andar’”, pediu.

Francisco falou ainda do desejo de “afeto e ternura” na adolescência, aconselhando os presentes na Praça de São Pedro a viver estes sentimentos sem querer “possuir”, respeitando a liberdade do outro, “porque o amor é livre”.

“Se ouvirdes a voz do Senhor, revelar-vos-á o segredo da ternura: cuidar da outra pessoa, o que significa respeitá-la, protegê-la e esperar por ela”, realçou.

O amor, prosseguiu, é uma “responsabilidade” para toda a vida e um “compromisso diário” de quem sabe “realizar grandes sonhos”.

“Ai dos jovens que não sabem, não ousam sonhar. Se um jovem da vossa idade não é capaz de sonhar, já está reformado”, observou, num improviso que gerou gargalhadas entre os participantes.

Francisco sublinhou por diversas vezes a importância da oração e da espiritualidade, atenta à presença de Jesus que espera “pacientemente” por cada pessoa.

A homilia começou por apresentar o amor como “o cartão de cidadão do cristão”, que exige gestos concretos.

O Papa apresentou como exemplo os campeões desportivos, que se treinam “duramente”, todos os dias.

“Que o vosso programa diário sejam as obras de misericórdia: treinai-vos com entusiasmo nelas, para vos tornardes campeões de vida, campeões de amor”, apelou.

“Assim sereis reconhecidos como discípulos de Jesus, tereis o cartão de cidadão de cristão, e asseguro-vos, dou-vos a certeza de que a vossa alegria será plena”, concluiu.

O Jubileu dos adolescentes começou a ser celebrado no sábado, com a celebração do sacramento da Reconciliação na Praça de São Pedro, ocasião em que o Papa se uniu aos outros sacerdotes presentes no local, para confessar.

Mais tarde, decorreu uma vigília de festa e oração no Estádio Olímpico de Roma.

No final da Missa, esta manhã, Francisco pediu aos jovens que, depois de terem celebrado o seu jubileu no Vaticano, voltem a casa "com a alegria da identidade cristã, de pé, com a cabeça levantada".

"Que o Senhor vos acompanhe e, por favor, rezai também por mim", disse, ao despedir-se dos participantes.

OC

Partilhar:
Scroll to Top
Agência ECCLESIA

GRÁTIS
BAIXAR