Leigo brasileiro é secretário do Dicastério para os Leigos, Família e Vida

Carlos Borges, enviado da Agência ECCLESIA ao Jubileu dos Jovens
Roma, 01 ago 2025 (Ecclesia) – Gleison de Paula Souza, secretário do Dicastério para os Leigos, Família e Vida (Santa Sé), disse à Agência ECCLESIA que o Jubileu dos Jovens é um sinal de esperança para todos os que querem construir a paz.
“O Papa disse que nós queremos a paz. A esperança é isso, viver o presente olhando o futuro com desejo de paz, com o desejo de fraternidade, não colocando em evidência o negativo nem o mal”, referiu o leigo brasileiro.
Para o entrevistado, encontros como as JMJ e este Jubileu servem para destacar a “beleza de Cristo ressuscitado, a beleza da vida fraterna, que o Papa Francisco tanto ensinou”.
“Essa é a beleza destes encontros, a beleza do caminho que nós estamos percorrendo”, indicou, a respeito do evento jubilar que decorre desde segunda-feira, em Roma, por ocasião do Ano Santo, reunindo milhares de jovens dos vários continentes.
Gleison de Paula Souza recorda que, neste Jubileu dos Jovens, estão peregrinos vindos de países em guerra, marcados pela pobreza e pela exclusão.
“Para nós é complicado pensar em viver aquilo que os jovens da Ucrânia estão vivendo, os jovens da Palestina estão vivendo, porque nós não estamos ali. Mas nós não podemos ficar em silêncio, não podemos deixar de gritar pela paz”, declarou.
Para o secretário do Dicastério que coordena a organização das Jornadas Mundiais da Juventude, estes encontros são mais do que “eventos”, mas momentos em que “jovens de todo o mundo têm oportunidade de fazer uma experiência, juntos, com Cristo”.
O responsável brasileiro destaca o facto de o Jubileu ter sido convocado por Francisco e continuado por Leão XIV.
“O Senhor deu a graça de que também os jovens possam conhecer o novo Papa, que há poucos meses foi eleito”, observa.
Este encontro de jovens acontece no meio do percurso que liga a JMJ Lisboa 2023 a Seul 2027.
“Estamos a trilhar um caminho. O Papa Francisco começou com o tema da esperança, este ano a Jornada Mundial da Juventude, em novembro, vai ter como tema o testemunho e, na Coreia, a coragem. É um percurso de reflexão que traz para o coração dos jovens a necessidade de olhar para si e de perceber que nós precisamos mudar o mundo”, refere o entrevistado.
Esse mundo que, com tanta violência, com tanta pobreza, com tanta pobreza interior, precisa de ser transformado e encher-se com a vitória do Cristo. E, para isso, a gente tem de ter coragem, a gente tem de ter esse desejo de revolução que os jovens têm e que, espero, contagie toda a Igreja e contagie toda a sociedade.”

Milhares de jovens de todo o mundo começaram a ser recebidos em Roma desde segunda-feira, num evento que segue, na maior parte do seu programa, a agenda de uma Jornada Mundial da Juventude, tendo celebrado esta terça-feira a Missa de boas-vindas, na Praça de São Pedro, onde o Papa apareceu de surpresa para saudar a multidão.
O Jubileu dos Jovens conta com 11 527 participantes portugueses, a maior delegação num evento do género, no estrangeiro.
CB/OC