Rui Velho e Abel Sousa integraram iniciativa dedicada a presos e ex-detidos em Roma
Cidade do Vaticano, 07 nov 2016 (Ecclesia) – Rui Velho e Abel Sousa integraram a delegação portuguesa no Jubileu dos Reclusos que se concluiu este domingo no Vaticano, iniciativa através da qual o Papa Francisco quis alertar para o direito ao perdão e à inclusão social destas pessoas.
Em declarações ao departamento nacional da Pastoral Penitenciária, enviadas à Agência ECCLESIA, Rui Velho mostrou-se “muito feliz” com a presença nesta celebração do Ano Santo extraordinário.
O recluso do Estabelecimento Prisional do Porto disse estar no Vaticano não só por si mas por “todos os seus colegas em Portugal”.
“Por todas as cadeias, 14 mil homens, estou aqui por eles também”, salientou.
O Jubileu dos Reclusos, integrado no Ano Santo da Misericórdia, marcou a agenda do Vaticano este sábado e domingo.
A delegação portuguesa, com cerca de 80 pessoas, contou com a presença de D. Joaquim Mendes, vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.
Este domingo, o Papa lamentou que hoje o mundo encare a prisão como a única alternativa ao mal e realçou a necessidade de cuidar mais da “esperança” e da reabilitação destas pessoas, para que elas possam encarar o “futuro” de maneira diferente.
“Aprendendo com os erros do passado, pode abrir-se um novo capítulo da vida. Não caiamos na tentação de pensar que não podemos ser perdoados”, apontou.
Os participantes no jubileu dos reclusos foram convidados a passar a Porta Santa da Misericórdia, localizada na Basílica de São Pedro, e que simboliza a redenção que Deus tem à disposição de todos os homens e mulheres.
“Foi muito especial”, frisou Rui Velho, que admitiu ter vindo a Roma para pedir “perdão” por si e àqueles a “quem fez mal”.
Abel Sousa, ex-recluso, transportou a cruz durante a procissão para a Porta Santa e mostrou-se também comovido com aquele momento, “muito importante” para si.
“Já tive uma cruz muito mais pesada e agora esta acaba por ser uma recompensa. Estar aqui enche-me de alegria, é uma grande satisfação. É com grande fé também que acredito que isto não foi em vão e este é o caminho certo, é o caminho da liberdade”, complementou.
O Ano Santo da Misericórdia vai prosseguir com o jubileu dos sem-abrigo, entre os dias 11 e 13 de novembro, com um consistório para a criação de novos cardeais, no dia 19, e fechar com a festa de Cristo-Rei, a 20 de novembro, em que será também encerrada a Porta Santa da Basílica de São Pedro.
JCP