Jubileu dos Jovens: Encontrar a esperança «num mundo em guerra» e contribuir para a paz leva 26 jovens da Juventude Agostiniana Portuguesa a Roma

Grupo não esconde a alegria de acompanhar Leão XIV e «vê-lo, mesmo que de longe», mas expetativa de participar no encontro «não mudou com Papa agostiniano»

Agência ECCLESIA/CB

Lisboa, 26 jul 2025 (Ecclesia) – Um grupo de 26 jovens da Juventude Agostiniana Portuguesa (JAP), acompanhados por dois padres, partiu hoje para Roma para participar no Jubileu, apostados em afirmar a “esperança” num mundo marcado pelas guerras.

“Os jovens são o futuro, não é? Portanto, são a nossa esperança e toda pastoral que fazemos com eles, toda educação que fazemos com eles vai nesse sentido de os tornar melhores pessoas e melhores cristãos. A grande esperança que temos todos nós é que, de algum modo, também este evento venha a contribuir para a paz no mundo, não é? Neste momento em que vemos tantas guerras, tanta violência que estes milhares de jovens a rezar juntos pela paz, possa ser uma maneira de chamar a atenção do mundo inteiro na necessidade de caminhar na procura da paz, de abandonar a violência e a guerra”, afirma à Agência ECCLESIA o padre Miguel Hernández, da paróquia de São Domingos de Rana, da Ordem de Santo Agostinho.

“No mundo em que vivemos, temos tendência a ser muito negativos. Acho que, apesar de haver estes problemas, nós ainda conseguimos viver num mundo que ainda tem muito bom, e podemos melhorar o mundo através da ajuda aos outros, procurando fazer o melhor a cada dia; às vezes ajudar uma pessoa já mostra que o bem se transmite”, acrescenta Beatriz Fernandes, de 21 anos, catequista na paróquia de São Domingos de Rana e estudante de Medicina Dentária.

Francisco Borges, 20 anos, estudante do último ano de Economia, partilha as palavras da sua companheira de viagem, minutos antes de entrarem no avião, no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, que os vai levar ao Jubileu dos Jovens, e integrar um grupo de 11 527 portugueses que entre 28 de julho e 3 de agosto vão estar em Roma.

“Para mim a esperança é poder ajudar outra pessoa, uma pessoa que precise, e eu ser uma fonte de esperança para essa pessoa – uma ajuda, uma conversa, ouvir um desabafo – eu estar lá para ela se sentir melhor e não sozinha. Eu tenho esperança de poder fazer aos outros o que gostava que me fizessem a mim”, regista à Agência ECCLESIA.

A JAP leva a Roma 26 jovens que carregam consigo a experiência de ter participado na Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, de ter partilhado momentos de fé e conhecidos outros jovens com as mesmas convicções.

“As Jornadas Mundiais da Juventude foram um evento muito importante na vida destes jovens. Mas mais importante do que isso é a pastoral que se vai fazendo no dia-a-dia. Nós temos um movimento de muitos jovens na paróquia que participam semanalmente nas suas reuniões de grupo e, portanto, isto é um acontecimento, um evento dentro de toda uma pastoral que se vai fazendo no dia-a-dia”, centra o padre Miguel Hernández, da paróquia de São Domingos de Rana, da Ordem de Santo Agostinho.

O convite para fazer escala em Roma, com destino a Seul, em 2027, foi feito pelo Papa Francisco em Lisboa e, apesar do entusiasmo de ir ao encontro do Papa Leão XIV, da Ordem Agostiniana, a vontade de regressar a um encontro de jovens não mudou com a eleição a 8 de maio, até porque, contam, a preparação começou muito antes.

“Eles estão a trabalhar já há muito tempo em angariação de fundos, em preparar a viagem, nas coisas todas que eles querem fazer em Roma, além do turismo e da participação nas atividades do jubileu. Foram eles que organizaram a viagem. Os padres estão a acompanhar, estamos com eles, mas foram eles que durante os últimos meses estiveram a preparar e organizar a participação no jubileu”, regista o sacerdote.

O grupo português de 28 pessoas vai ser acolhido numa paróquia agostiniana, onde estarão também outros jovens do mundo inteiro e vão participar no encontro da juventude agostiniana.

Francisco Borges não esconde a expetativa de pode encontrar-se com Leão XIV pela primeira vez.

“É um Papa agostiniano e eu sinto um entusiasmo muito grande, porque, daquilo que já estive a acompanhar do Papa Leão XIV, parece que é um Papa que não vai ficar parado, que é um Papa que tem intenções de poder continuar a fazer evoluir a Igreja, poder tirar dúvidas às pessoas. Da mesma forma quando o Papa Francisco esteve cá e partilhou mensagens para nós, em que a Igreja é para todos, todos, todos, todos vão ouvir o Papa Leão ao vivo, poder escutar as mensagens que ele nos vai dar. Quero aprender com ele”, conta.

Beatriz Fernandes olha para Leão XIV como um Papa que “gosta muito de viver em comunidade”, tal como a jovem também gosta de viver a fé.

“Nós vivemos todos a fé muito em comunidade e fortalecendo a nossa fé através dos outros”, sublinha.

O grupo manifesta a alegria de poder acompanhar Leão XIV, “e vê-lo mesmo que de longe”.

A Missa de abertura oficial do Jubileu dos Jovens está marcada para 29 de julho, às 19H00 locais (menos uma em Portugal), na Praça de São Pedro, e será presidida pelo Papa Leão XIV; seguem-se dois dias de ‘Diálogos com a Cidade’, com 70 eventos “nas praças de Roma”, um ‘Dia Penitencial’, na sexta-feira, 1 de agosto, no Circo Massimo.

Os momentos conclusivos do são a vigília de oração (19h00) e a Missa de envio (09h00), nos dias 2 e 3 de agosto, respetivamente, em Tor Vergata, que acolheu a Missa final da JMJ no Jubileu de 2000, sob a presidência do Papa João Paulo II.

CB/LS

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