Jovens viveram dia de festa em vários locais da capital italiana
Carlos Borges, enviado da Agência ECCLESIA ao Jubileu dos Jovens
Roma, 30 jul 2025 (Ecclesia) – Os jovens portugueses viveram hoje um dia especial, no Jubileu que decorre em Roma, com um conjunto de celebrações dedicadas à delegação nacional.
Margarida Livramento, de 21 anos, veio da Diocese de Santarém depois da experiência de participar na JMJ 2023, em Lisboa, “um sentimento muito grande”.
“Quis repetir e sentir toda esta comunhão que existe entre os jovens católicos do mundo inteiro. Ainda por cima, em Roma, que é a cidade do Papa, o centro da nossa fé, acho que é uma experiência que vale muito a pena”, refere à Agência ECCLESIA.
A participante destaca a emoção “muito grande” de ver Leão XIV, no final da Missa de boas-vindas, esta terça-feira, uma “surpresa” que levou a festa à Praça de São Pedro.
“O Papa passou mesmo à nossa frente, nós conseguimos vê-lo e o sentimento que tive foi o de uma pessoa que estava connosco, que fazia parte de nós e que nós estávamos ligados a ele, como Igreja”, relata.
Margarida Livramento ouviu o desafio de dar testemunho da esperança, lançado por Leão XIV, e diz que a resposta passa por “pequenos gestos, em ajudar o outro, em mostrar que somos Igreja, não só dentro da igreja, mas fora de portas”.
Inês Gaspar, responsável por um grupo de jovens e membro do Serviço da Pastoral Juvenil da Diocese de Leiria-Fátima, destaca a oportunidade de participar num Jubileu, mostrando a outros “esta festa e esta dinâmica da Igreja, aqui em Roma”.
“Ver tantos jovens na Igreja é logo sinal de esperança. Ou seja, é sinal de que estamos aqui todos e que, eventualmente, queremos mudar alguma coisa. Por isso, eu acho que só o estarmos aqui já é sinal de esperança”, prossegue.
Tiago Cardoso veio de Abrantes, na Diocese de Portalegre-Castelo Branco, e aos 19 anos procura repetir a experiência vivida na JMJ Lisboa 2023 – agora com Leão XIV.
“Eu vi pessoas realmente a chorar, muito emotivas. Até eu fiquei emocionado. Ele só a passar, é uma emoção que não se explica”, refere, a respeito do encontro inicial com o Papa.
Domingos Fezas Vital, embaixador de Portugal junto da Santa Sé, encerra simbolicamente a sua missão com este evento jubilar.
“Traz-nos memórias daquele momento extraordinário que foi a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa. Sinto também uma alegria mais pessoal pelo facto de ser, no fundo, o último grande momento que aqui vou viver como embaixador de Portugal junto da Santa Sé”, declara à Agência ECCLESIA.
O responsável elogia a “mobilização absolutamente extraordinária” das dioceses portuguesas e a mensagem de paz que tem sido deixada aos jovens, por Leão XIV.
“O Papa tem dito que cada pessoa deve ser um agente construtor de paz, portanto, que a paz começa no coração de cada um. Esse foi o apelo que ele lançou ontem [29 de junho] e que está em linha com o que o lema deste jubileu, o Jubileu da Esperança. A paz passa pela esperança e, sobretudo, num cenário de tantos conflitos hoje em dia, a construção da paz é também um exercício de construção de esperança”, sustenta. Fezas Vital.
Milhares de jovens de todo o mundo começaram a ser recebidos em Roma desde segunda-feira, num evento que segue, na maior parte do seu programa, a agenda de uma Jornada Mundial da Juventude.
No sábado, informa o Vaticano, os portões da área junto à Universidade de Tor Vergata serão abertos às 09h00 locais (menos uma em Lisboa); com a chegada do Papa Leão XIV começa vigília de oração, pelas 20h30, durante a qual três jovens farão perguntas ao pontífice sobre os temas amizade, coragem e espiritualidade.
Estima-se que cerca de um milhão de participantes passem a noite no local, onde Leão XIV vai presidir à Missa, pelas 09h00 de domingo.
O Jubileu dos Jovens conta com 11 527 participantes portugueses, a maior delegação num evento do género, no estrangeiro.
O Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro Ano Santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos.
CB/OC