Bispo presidiu à Missa na Catedral do Funchal, no Dia Mundial dos Pobres

Funchal, Madeira, 17 nov 2025 (Ecclesia) – O bispo do Funchal (Madeira), D. Nuno Brás, afirmou este domingo que “por muito surpreendente e indevido que seja, o amor existe, está presente no mundo”, na celebração do Jubileu da Caridade, na catedral da diocese.
“Surpreendente, porque traz sempre consigo um excesso, um quê de inesperado que nos envolve; indevido, porque é expressão de gratuidade, presença de uma vontade que se esquece de si para nos acompanhar e transformar; indevido, porque não o podemos jamais reivindicar”, explicou, na homilia enviada à Agência ECCLESIA.
Segundo D. Nuno Brás, ele é, antes de mais, o amor de Deus, que “atravessa lugares e tempos e se torna próximo, presente, atuante por meio do seu Espírito criador, renovador e santificador”.
“É verdade: o amor existe e aí está, presente, atuante, a dar vida e a comunicar-se, a espalhar-se e a difundir-se, sempre de mãos dadas com a justiça” referiu.
Presidida no Dia Mundial dos Pobres, a Missa reuniu entidades civis, militares, religiosas e sociais.
D. Nuno Brás defendeu que “o amor é o critério que permite fazer a distinção entre o belo e o feio, o bom e o mau, o bem do próximo e o egoísmo, a virtude e o pecado”.
“O amor e a sua presença no nosso mundo, ainda que por vezes nos custe encontrá-lo (esta procura é já fruto da sua presença) mostra que é, de verdade, possível fazer distinção. E distinção objetiva”, assinalou.
“Mostra que nem tudo tem o mesmo valor, que é necessário conjugar a boa intenção a uma ação objetivamente boa — quer dizer: que não basta ter boas intenções, mesmo quando as obras são más; ou que não bastam boas obras, ainda que produzidas por íntimos perversos”, acrescentou.

Segundo o bispo do Funchal, “o amor faz distinguir, discernir, ver com clareza”, é “luz que ilumina, e iluminando julga, e julgando faz desaparecer a escuridão”.
“E, por isso, condena: condena o mal, o pecado, o egoísmo, o feio”, completou.
Na homilia, o bispo enfatizou também a necessidade de “distinguir o que é de verdade amor de todas aquelas outras realidades” que facilmente são chamadas de “amor mas que não passam de egoísmos disfarçados (e, por isso, mais perigosos)”.
“E nós, seres humanos, somos particularmente hábeis nessa arte de disfarçar egoísmo em amor”, observou.
Na celebração jubilar das Instituições de Solidariedade presentes na região, o bispo lembrou também alguns dos princípios essenciais da ação sócio caritativa, tal como foram enunciados pelo Papa Bento XVI na encíclica “Deus é amor”.
“A sociedade justa não pode ser obra da Igreja; deve ser realizada pela política” e “o amor será sempre necessário, mesmo na sociedade mais justa” foram duas das frases citadas por D. Nuno Brás.
O Ano Santo, 27.º jubileu ordinário da história da Igreja, foi proclamado pelo Papa Francisco na bula intitulada ‘Spes non confundit’ (A esperança não engana) e teve início no dia 24 de dezembro de 2024, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, e termina no dia 6 de janeiro de 2026.
LJ
Notícia atualizada às 19h47
