Jubileu: D. Américo Aguiar pede a jovens da Diocese de Setúbal para levarem na «mochila a semente da fé»

Cardeal celebrou Eucaristia na igreja de Santo António de Pádua, na Via Merulana, em Roma, da qual é titular

Foto: Diocese de Setúbal

Roma, 01 ago 2025 (Ecclesia) – O cardeal D. Américo Aguiar presidiu, esta quinta-feira, à Eucaristia na igreja de Santo António de Pádua, na Via Merulana, em Roma, pedindo aos jovens da Diocese de Setúbal para voltarem a casa com a esperança germinada.

“Não regresseis a casa iguais. Levai na mochila a semente da fé. Levai o desejo de ser mais, de servir mais, de rezar mais. Levai o exemplo de Carlo Acutis, de Inácio, de Francisco, de Maria. Se vos deixardes plantar, o Reino vai crescer. Em Setúbal. Em Portugal. No mundo. E vós sereis árvore. Sombra. Esperança”, afirmou o bispo sadino.

A Missa contou com a participação de 500 peregrinos da Diocese de Setúbal, que participam no Jubileu dos Jovens, que decorre até domingo, um dos eventos centrais do Ano Santo, convocado pelo Papa Francisco e continuado por Leão XIV.

Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, D. Américo Aguiar lembrou aos jovens que “a santidade é possível”, “com os pés no chão e os olhos no Céu”.

O bispo de Setúbal evocou ao exemplo de várias figuras, nomeadamente Carlo Acutis, tendo recordado a peregrinação diocesana a Assis, “terra de paz, de silêncio e de loucura evangélica”, em que os jovens rezaram diante do túmulo do beato, que “que com apenas 15 anos deixou um legado de fé viva, simples e luminosa”.

“Como um grão de mostarda, Carlo parecia pequeno – um jovem normal, que jogava à bola, adorava computadores e tinha uma curiosidade pela vida como tantos outros. Mas deixou-se semear. Deixou Deus crescer nele. E hoje, é testemunha de que a santidade é possível com ténis nos pés e fé no coração”, salientou.

Aludindo ao Evangelho, que diz que o Reino dos Céus começa como um grão de mostarda, o cardeal realçou que Jesus está a revelar a todos “que Deus trabalha com o pequeno, o escondido, o humilde”.

Queridos jovens: talvez às vezes vos sintais pequenos, inseguros, sem grande influência ou visibilidade. Mas escutai bem: é com gente como vós que Deus escreve história santa. Deus não espera que sejas perfeito. Espera que te deixes plantar”, sublinhou.

O bispo de Setúbal destacou ainda a figura de Santo Inácio de Loyola, “outro grão que parecia perdido”, um “soldado ferido, com sonhos de glória”, acrescentando que “foi no fundo da sua fragilidade que ouviu Deus”.

“Aprendeu a discernir. Aprendeu a escutar. E deixou-se transformar. Fundou a Companhia de Jesus, formou discípulos, iluminou a Igreja com a sua sabedoria espiritual. Ele ensina-nos a perguntar com seriedade: ‘Para que fim fui criado?’. E a responder com coragem: ‘Para amar e servir’”, indicou.

O cardeal encorajou os jovens a não terem medo da lentidão do Reino, enfatizando que “a pressa é do mundo”, “o reino cresce no silêncio”, “na Eucaristia”, “na oração”, “no serviço”, “no perdão”.

Na celebração, que decorreu na igreja da qual D. Américo Aguiar é titular, desde a sua criação cardinalícia, ainda houve referências a Maria, Mãe da Esperança que, ressalta o bispo, “também ela viveu no silêncio, na confiança, na espera”, “também ela acolheu a Palavra como um grão e deixou-a germinar no coração”.

“A ela confiamos esta missão de ser jovens que não desistem, que acreditam, que recomeçam, que se deixam conduzir”, assinalou.

O Jubileu dos Jovens decorre em Roma e conta com 11 527 participantes portugueses, a maior delegação de sempre num encontro internacional do género, com exceção da JMJ Lisboa 2023.

LJ/OC

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