Jubileu: D. Américo Aguiar encontrou-se com peregrinos da Ucrânia (c/fotos)

Cardeal evoca vítimas da guerra e da violência, destacando sinal de esperança deixado pela presença dos jovens em Roma

Carlos Borges, enviado da Agência ECCLESIA ao Jubileu dos Joves

Roma, 31 jul 2025 (Ecclesia) – O cardeal D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal, encontrou-se hoje em Roma com peregrinos da Ucrânia que participam no Jubileu dos Jovens, evocando as vítimas da guerra e da violência em várias partes do mundo.

“Trago-vos no coração desde os dias inesquecíveis da JMJ Lisboa 2023, onde tantos de vós, apesar da dor e da provação da guerra, fizestes o caminho até Portugal para dizer ao mundo que a paz é possível, que a esperança resiste ao medo e que a vossa fé permanece firme como uma rocha em pleno vendaval”, disse o responsável português, na Basílica de Santa Sofia.

O coordenador-geral da JMJ Lisboa 2023 destacou o sinal de esperança deixado pela presença de “jovens do mundo inteiro” em Roma, por ocasião do Ano Santo.

“Hoje, ao ver-vos aqui, peregrinos da Esperança, alegro-me profundamente com o vosso testemunho. Mas também me uno em silêncio orante a todos os vossos irmãos e irmãs que, por causa da guerra, do sofrimento ou do exílio, não puderam peregrinar convosco até Roma. Eles caminham convosco — na memória, na fé, na esperança”, referiu, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.

O bispo de Setúbal afirmou que a participação de peregrinos ucranianos “é um sinal eloquente de que a juventude cristã não se rende à lógica da violência.

“A voz do Santo Padre, que nos chama a todos à reconciliação e à esperança, ecoa no vosso testemunho, feito de coragem humilde e fé perseverante”, acrescentou.

Queridos jovens da Ucrânia: não estais sós. A Igreja caminha convosco. O Papa Leão XIV, como outrora o Papa Francisco, é vosso companheiro e pastor no caminho da paz. Os jovens do mundo inteiro rezam convosco, caminham convosco, sonham convosco.”

A intervenção encerrou-se com uma oração pela intercessão de “Maria, Mãe da Esperança”, para que proteja a Ucrânia “como protegeu a Igreja nos momentos mais sombrios da história”.

“E que o Ressuscitado, vencedor da morte, vos dê a paz que o vosso povo tanto deseja”, concluiu.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o cardeal português sublinhou que que é preciso ajudar os jovens a superar o “desejo de vingança” relativamente a “quem os ataca, quem os atacou, quem destruiu as suas vidas, as suas casas, as suas famílias, os seus sonhos”.

“O que Jesus nos pede é que sejamos capazes do amor, do perdão, da misericórdia e da justiça. Não é fácil, mas tem de ser esse o caminho a percorrer. E o Jubileu dos Jovens, a participação nas jornadas, tem de ajudar a ser semeadores da esperança”, acrescentou.

O bispo de Setúbal acredita que este encontro resultou das sementes lançadas na JMJ 2023.

“Somos homens e mulheres de afeto e seja no nosso país, seja no estrangeiro, seja na história recente ou a história mais longínqua, criamos pontes, criamos afeto, até criamos família nas mais diversas geografias”, indicou.

O encontro de Roma contou com a presença de Tetyana Darmohray, esposa de um padre, atualmente a residir nos EUA, para onde fugiram por causa da guerra.

“Viemos hoje a este lugar especial, onde podemos rezar juntos, pedir a Deus para nos ajudar a parar essa guerra, porque nós acreditamos que apenas Deus pode nos ajudar, e nós realmente apreciamos que todos nos estão a apoiar”, disse à Agência ECCLESIA.

CB/OC

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