Debate “Liberdade de expressão e responsabilidade na era digital” decorreu na embaixada do Brasil no âmbito da programação jubilar do mundo das comunicações
Roma, 25 jan 2025 (Ecclesia) – Silvonei José, da Rádio Vaticano, afirmou hoje que cada um tem a liberdade de “escolher a sua âncora”, a sua esperança, e o jornalista comunica ou não com esperança quando opta por “dar a voz ou calar a voz”.
“Nós podemos dar a voz ou calar a voz. E temos essa liberdade. Determina essa liberdade os nossos valores: eu não posso abrir a boca e falar se não estou convencido do que eu digo”, afirmou Silvonei José.
No debate, que decorreu na embaixada do Brasil e foi um dos “Diálogos com a cidade” programados na celebração do Jubileu do Mundo das Comunicações, contando com a presença do Padre Omar, vigário episcopal para a Comunicação Social da Arquidiocese do Rio de Janeiro, de Paulo Ricardo Tonet Camargo, presidente da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR), o jornalista da Rádio Vaticano lembrou que “nenhum artista conseguiu reproduzir a esperança”, que é simbolizada na Âmbora.
“Desde o início do cristianismo, a esperança é simbolizada na âncora. A âncora é sinal de esperança e firmeza”, recordou.
“Quando tenho esperança, eu estou ligado a alguma coisa. E cada um sabe o que é a âncora da sua existência. E essa é liberdade que nós temos: qual é a âncora da minha existência, porque ela me dá esperança?”
O jornalista da Rádio Vaticano, referiu-se às celebrações jubilares do mundo das comunicações e disse que “o Jubileu é uma experiência individual, mas também comunitária e universal”.
“Somos privilegiados em estar aqui”, afirmou Silvonei José Protz.
Para Paulo Ricardo Tonet Camargo, presidente da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR), “é na diversidade de opiniões que se constrói o avanço da sociedade”.
“A comunicação é levar informação, não a versão. Quem faz a versão é quem recebe a informação, a diversidade de informação”, afirmou.
O presidente da AIR lembrou que, com a comunicação digital, as pessoas só dialogam “com as pessoas que pensam exatamente igual a elas” e perderam o “contraponto de ideias, que é salutar”.
Paulo Ricardo Tonet Camargo lembrou que “ninguém pode calar ninguém” e cada um tem “o direito de dizer o que quiser”, mas tem de ser responsabilizado pelo que é divulgado publicamente.
“Liberdade e responsabilidade são duas faces da mesma moeda. Liberdade sem responsabilidade é barbárie. Responsabilidade sem liberdade, é censura”, afirmou.
O presidente da AIR disse que, no mundo de hoje, “a versão sobrepõe-se aos factos”, sublinhou que o “jornalismo é uma ponte segura ente factos e pessoa” e desafiou o público a cultivar a “capacidade de ouvir o contrário para formar o seu juízo de valor”.
A sessão “Diálogos com a cidade” sobre a “Liberdade de expressão e responsabilidade na era digital” o padre Omar, reitor do Santuário de Cristo Rei, no Rio de Janeiro, e vigário episcopal para a Comunicação Social da Arquidiocese do Rio de Janeiro, lembrou a “maturidade dos media clássicos”, indicando que podem ser “referência” para os novos meios de comunicação.
“Não podemos demonizar os novos media”, afirmou.
O padre Omar garantiu que vai ser possível “encontrar ferramentas de mediação” para que os novos media tenham formas de regulação, permitindo que as diferentes visões permitam o debate nos novos media, que parecem estar “muito soltos”.
Os “Diálogos com a cidade” possibilitaram diferentes sessões de debate em vários espaços da cidade de Roma sobre outros temas, nomeadamente “Comunicação e esperança”, “Jubileu de esperança”, “Jornalismo como missão”, “Jornalismo ao serviço da democracia”, Comunicar esperança e paz”, “Da competição à colaboração”, “Como os media católicos podem ser construtores de paz”, “Contar a Igreja a partir de Roma”.
PR