Jubileu: Catequistas lusófonos celebraram juntos, com desafio à «escuta e à esperança»

D. António Augusto Azevedo presidiu a Missa na igreja de Santo António dos portugueses, em Roma

Foto: Educris

Roma, 27 set 2025 (Ecclesia) – A igreja de Santo António dos portugueses, em Roma, acolheu hoje uma celebração com centenas de catequistas lusófonos que participam no Jubileu, dedicado ao tema da esperança.

“A Fé deve gerar um novo ânimo e compromisso. Devemos estar juntos com os mais novos, para que saibam que Deus os ama a todos”, disse na homilia da celebração D. António Augusto Azevedo, presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF), da Igreja Católica em Portugal.

O bispo de Vila Real apelou “à escuta e à esperança”, perante mais de seis centenas de catequistas de países lusófonos, informa o portal Educris, do Secretariado Nacional da Educação Cristã.

“A fé gera fraternidade, aproxima, e faz com que as pessoas não se afastem, mas se sintam irmãs”, declarou ainda.

Depois de participarem na audiência jubilar, com o Papa Leão XIV, os catequistas ouviram D. António Augusto Azevedo sublinhar a urgência de “escutar a Palavra de Deus” e a levar às “novas gerações para tornar eficaz o anúncio da fé num mundo cada vez mais indiferente”.

“Dificilmente falará bem alguém que antes não foi capaz do silêncio humilde, da escuta, da meditação, de rezar a sua Palavra”, alertou.

O responsável católico apontou as dificuldades que os catequistas enfrentam hoje, face a uma geração “inundada de propostas e solicitações” e, ao mesmo tempo, “marcada pelo desconhecimento da fé e da Bíblia”.

A nossa catequese tem de ser espaço acolhedor, onde se perceba que a fé tem uma dimensão humana, que nos aproxima e nos faz superar medos, receios e mal-entendidos.”

O Jubileu dos Catequistas decorre em Roma desde sexta-feira, reunindo mais de 20 mil peregrinos de 115 países; mais de 800 catequistas de Portugal estão presentes em Roma, em representação das dioceses do país.

Susana e Daniela Pereira chegaram a Roma vindas de Lamego, com o desejo que este “seja um tempo de paz, meditação e mudança”.

“O Jubileu é, por definição, um tempo de graça que devemos aproveitar para refletir e perceber o que temos de mudar. Penso que também na catequese importa refletir sobre o que temos de mudar para nos abrirmos à vontade de Deus e ao que ele nos pede”, afirma Susana Pereira, citada pelo SNEC.

Daniela Pereira está pela primeira vez “num encontro tão grande” espera que “seja impactante” por “todo o contexto”: “Muitos catequistas, vindos de todo o mundo, um novo Papa, e uma nova esperança para a Igreja”.

O Secretariado Diocesano da Catequese do Porto marca presença em Roma com uma comitiva de catequista em representação “de alguns milhares” que trabalham na região.

Carlos Novais, da equipa diocesana e catequista da Paróquia de Sobrado, participa na iniciativa “com muita alegria e gratidão”.

“Ter a oportunidade de estar no coração da Igreja neste jubileu dos catequistas é como regressar verdadeiramente a casa”, afirma.

O cónego Gianfranco Ventura Bianco considera que a participação no Jubileu dos Catequistas é o “o culminar de uma caminhada dentro da catequese, com os catequistas ao longo deste ano, não só participando e incitando os jovens e as crianças a participarem nas atividades jubilares, mas também dentro da vigararia, ao nível da catequese”.

Vindo a Roma a partir da Benedita, no Patriarcado de Lisboa, o sacerdote expressa o desejo deste grupo em “estar junto do Santo Padre, atravessar as Portas Santas” num momento que é “de partilha e enriquecimento”.

Já a diretora do Secretário Diocesano de Catequese de Setúbal, Isabel Rosendo, desejou que o Jubileu dos Catequistas seja “momento de renovação e de redobrar as forças” no trabalho que estes agentes realizam nas paróquias.

Numa diocese com quase oito centenas de catequistas, a comitiva setubalense chega à cidade eterna com uma representação de significativa de 51 catequistas e espera “uma palavra de esperança” do Papa Leão XIV.

“Dos Papas, e deste sem exceção, esperamos uma palavra de esperança que nos anime para o trabalho do dia a dia, nas comunidades. Um trabalho que nem sempre é fácil”, sustenta.

OC

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