Jubileu: Celebração com o Papa é «grande desafio» – Elisabete Nunes

Responsável da Diocese de Aveiro vai ser instituída no ministério de catequista, no Vaticano

Foto: Diocese de Aveiro

Aveiro, 26 set 2025 (Ecclesia) – Elisabete Nunes, da Diocese de Aveiro, vai ser instituída este domingo no ministério de catequista, numa celebração presidida pelo Papa no Vaticano, falando num “grande desafio”.

“Está a ser um grande, grande desafio. Para começar com o convite, a tomada de decisão não foi fácil, porque, efetivamente, é um privilégio, mas também é uma grande responsabilidade”, disse à Agência ECCLESIA, a respeito do Jubileu dos Catequistas, que se inicia hoje.

O Papa vai presidir este domingo, pelas 10h00 (09h00 em Lisboa) à Missa com instituição de 39 leigos e leigas de 16 países, incluindo Portugal, no ministério de catequista.

A celebração encerra o Jubileu dos Catequistas, que reúne mais de 20 mil peregrinos de 115 países, mais de 800 dos quais portugueses.

Elisabete Nunes é responsável pelo Departamento da Catequese, da Infância e da Adolescência, na Diocese de Aveiro, sendo ainda catequista na Paróquia de Cacia.

A responsável espera que o ministério de catequista, para leigos e leigas católicas, ajude a promover maior formação e competências, para ajudar quem assume a missão da transmissão da fé às novas gerações.

“De certa forma é aquilo que eu já vou fazendo”, indica.

Elisabete Nunes trabalha na área da catequese familiar, uma aposta cada vez mais alargada nas comunidades católicas.

“Às vezes os pais estão um pouco arredados da fé e da Igreja, que acompanha para todos e que é uma comunidade em que todos têm um papel. Eu penso que a catequese familiar pode ajudar esses pais a adquirirem competências para acompanhar melhor os seus filhos”, declara.

A catequista assume a necessidade de diferenciar o percurso catequético do modelo escolar: “Temos de nos afastar dos conteúdos, porque efetivamente os miúdos estão fartos de conteúdos na escola, a catequese tem de ir mais pela experiência, pela vivência e não tanto pelos conteúdos”.

A catequese deve sempre ser feita à medida da comunidade. E claro que nós, enquanto Departamento, tentamos dar o nosso apoio a todas as catequeses, ou seja, às vezes discutir novas ideias, será que devemos juntar este ano, será que devemos juntar aquele, ou seja, vamos tentando dar algum apoio aos nossos catequistas, para que eles façam o melhor que é possível.”

Foto: Diocese de Aveiro

Elisabete Nunes destaca também o papel do marido e dos filhos, nesta missão: “Só cresço porque a minha família me permite este crescimento.”

A responsável da Diocese de Aveiro vai ser acompanhada por outra portuguesa, Rita Santos, na celebração de domingo, com o Papa, para a instituição do ministério, somando-se assim a Fátima Castro, primeira catequista instituída em Portugal, na Arquidiocese de Braga (em janeiro deste ano).

O encontro, no Ano Santo, começa esta manhã com as peregrinações dos catequistas à Porta Santa da Basílica de São Pedro, e com a vigília de oração, pelas 18h30 (menos uma em Lisboa), sob a presidência de D. Rino Fisichella, pro-prefeito do Dicastério para a Evangelização.

No sábado, às 10h00 de Roma, os catequistas são convidados a participar na Audiência Jubilar, com Leão XIV, na Praça de São Pedro, antes das catequeses em várias línguas, que vão decorrer durante a tarde, em igrejas do centro de Roma.

OC

Em maio de 2021, o Papa Francisco decidiu instituir o ministério de catequista, na Igreja Católica, através da carta apostólica (Motu Proprio) ‘Antiquum ministerium’.

A decisão diz respeito a homens e mulheres que não pertencem ao clero nem a institutos religiosos, reconhecendo de forma “estável” o serviço que prestam na transmissão da fé, “desempenhado de maneira laical como exige a própria natureza do ministério”.

A carta apostólica refere que o catequista deve estar ao “serviço pastoral da transmissão da fé” que se desenvolve nas suas diferentes etapas, desde o “primeiro anúncio” à formação permanente, passando pela preparação para os sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia).

O Jubileu, com raízes no ano sabático dos judeus, consiste num “perdão geral, uma indulgência aberta a todos, e na possibilidade de renovar a relação com Deus e o próximo”.

Esta indulgência implica obras penitenciais, incluindo peregrinações e visitas a igrejas.

O Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro Ano Santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos.

O atual Ano Santo começou com a abertura da Porta Santa, na Basílica de São Pedro, na vigília do último Natal, pelo Papa Francisco.

 

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