Jubileu: Bispo do Porto espera que Ano Santo deixe «sementes» na Igreja e na sociedade

Carta pastoral recorda três figuras que se destacaram no exercício da misericórdia na região

Porto, 03 dez 2015 (Ecclesia) – O bispo do Porto abordou o Jubileu da Misericórdia numa carta pastoral, onde sublinha a importância de esta iniciativa ser um ponto de partida para uma Igreja Católica mais renovada e atuante no meio da sociedade.

“Um Ano Santo não se esgota na roda de 12 meses, mas deve deixar sementes que germinem, floresçam e frutifiquem nas estações seguintes”, salienta D. António Francisco dos Santos, no texto enviado hoje à Agência ECCLESIA.

O Jubileu da Misericórdia começa este domingo em Roma, para sublinhar a misericórdia de Deus no mundo e incentivar cada cristão a colocar essa atitude em prática no mundo, sobretudo nos contextos mais difíceis.

Segundo o Papa Francisco, que convocou o evento, “misericórdia não é uma palavra abstrata, mas uma forma para reconhecer, contemplar e servir”.

“A contemplação da misericórdia – em última instância, da misericórdia divina – oferece-nos, a todos, o conforto de estarmos a coberto do seu manto protetor. Mas implica-nos, também no exercício da misericórdia: sempre e em todas as circunstâncias”, acrescenta o bispo do Porto.

Na sua carta, o responsável católico destaca três figuras da região que viveram “vidas profundamente marcadas pelo exercício da misericórdia” e cujos processos de canonização decorrem há várias décadas no Vaticano.

D. António Barroso, bispo do Porto entre 1899 e 1918, que lutou contra a perseguição feita à Igreja Católica na época da implantação da República Portuguesa; o padre Américo Aguiar, fundador da Casa do Gaiato, para jovens mais desfavorecidos; e Sílvia Cardoso, assistente social que se distinguiu no apoio a crianças pobres e aos doentes.

Para D. António Francisco dos Santos, os exemplos destas três figuras são “um apelo a viver neste tempo o mandamento sempre novo do amor”.

“O progresso no reconhecimento, por parte da Igreja, da heroica exemplaridade universal das suas vidas depende de todos nós. Não se trata de um gesto supérfluo: seria mais um serviço aos pobres e um apelo à vivência efetiva da misericórdia”, aponta o prelado.

Na Diocese do Porto, o Jubileu começa no dia 13 de dezembro, a partir das 15h30 na igreja de São Lourenço, no Seminário Maior da Sé.

Todas as comunidades da região estão convidadas para reunirem-se ali para depois partirem “rumo à porta santa da Catedral”.

D. António Francisco dos Santos espera que este momento seja também uma oportunidade para reforçar a sua “unidade” com as pessoas.

Convida ainda cada vigararia a “replicar” esta celebração, de abertura da porta santa da Misericórdia” nas suas igrejas locais.

Entretanto já foram definidas as igrejas e santuários que vão ser “as igrejas jubilares” ao longo do próximo ano.

A lista inclui lugares de culto como o Santuário de Santa Quitéria, em Felgueiras, a igreja do Convento de Santa Mafalda, em Arouca, o Santuário de Nossa Senhora do Bom Despacho, na Maia, e a igreja do Mosteiro Beneditino de Singeverga.

Estes monumentos, recorda D. António Francisco dos Santos, “são mais que lugares, são símbolos públicos da infinita misericórdia de Deus e apelo ao exercício de uma misericórdia humana sem limites”.

JCP

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