D. José Miguel Pereira tem acompanhado o grupo de peregrinos nos vários momentos do programa, esta semana
Carlos Borges, enviado da Agência ECCLESIA ao Jubileu dos Jovens
Roma, 01 ago 2025 (Ecclesia) – D. José Miguel Pereira, bispo da Guarda, está a viver o Jubileu, em Roma, como uma “oportunidade” de conhecer mais de perto os jovens da sua diocese.
“Em primeiro lugar é a oportunidade de uma proximidade. Tendo chegado há pouco tempo é uma forma deles perceberem que o bispo não é alguém distante, que está, não sei aonde, mas que é alguém que caminha com eles e que está disponível para os ouvir, para vos acolher, para escutar as suas inquietações, para partilhar com eles também os seus desafios de caminho”, refere à Agência ECCLESIA.
Ordenado bispo a 16 de março, na Guarda, o novo bispo diocesano encontrou o processo de participação neste evento jubilar “a meio”, dispondo-se a acompanhar o grupo.
“Tem sido, sobretudo, ir criando aqui uma relação e uma proximidade. E depois estar disponível para aquilo que eles, a pouco e pouco, vão ganhando confiança e possam ir perguntando”, relata D. José Miguel Pereira.
Do Pontifício Colégio Português, em Roma, o responsável parte de manhã ao encontro dos jovens da Guarda, num ponto de encontro estabelecido, para cumprir o programa que eles prepararam – desde a passagem pelos santuários jubilares ao sacramento da Confissão, com refeições em conjunto.
D. José Miguel Pereira espera que esta experiência ajude os jovens a ultrapassar o discurso sobre a diocese que a apresenta como “desertificada e velha, envelhecida”.

Na jornada penitencial deste Jubileu, permitindo aos jovens a celebração do sacramento da Reconciliação, um elemento central do Ano Santo, o bispo da Guarda sublinha a “experiência de multidão” feita pelos peregrinos.
“Não no sentido apenas de massa, mas de perceber que há uma grande gente da sua idade que também se confessa, tem as mesmas dificuldades, às vezes, medo de se confessar, mas ainda assim acredita que esta pode ser uma experiência marcante e arrisca”, precisa.
Rodrigo Loureiro, de 17 anos, quis viver em Roma o que lhe faltou celebrar na JMJ 2023.
“Durante estes dois anos fui construindo um caminho na fé mais profundo e quando surgiu a oportunidade, não pude dizer que não, inscrevi-me logo”, recorda.
Em Roma, indica o jovem, tem sido possível “ver tantos jovens de todo o mundo que partilham o mesmo objetivo,”, em nome da fé.
O grupo está instalado na Feira de Roma, que por estes dias acolhe 25 mil peregrinos, obrigando a superar “desconfortos” iniciais, ligados à presença de uma multidão, com “muito barulho, muitas realidades diferentes, muitas culturas”.
“Já vamos para a quinta noite e estamos habituados, virou uma rotina quase durante esta semana, está a ser muito bom. Já fomos conhecendo gente de outros países e também portugueses, porque há muita gente portuguesa, o que é muito bom”, realça.
No Circo Máximo, os jovens enfrentaram longas filas, ao longo do dia, para aceder às tendas com os confessionários, na antiga arena do Circo Máximo, o que obrigou a mudanças no grupo da Guarda, que celebraram o sacramento com o bispo e os padres que os acompanham.
“É um amigo como outro, e é muito bom sentir essa relação com alguém como o bispo da Guarda”, indica Rodrigo.
Milhares de jovens de todo o mundo começaram a ser recebidos em Roma desde segunda-feira, num evento que segue, na maior parte do seu programa, a agenda de uma Jornada Mundial da Juventude, tendo celebrado esta terça-feira a Missa de boas-vindas, na Praça de São Pedro, onde o Papa apareceu de surpresa para saudar a multidão.
No sábado, informa o Vaticano, os portões da área junto à Universidade de Tor Vergata serão abertos às 09h00 locais (menos uma em Lisboa); a chegada do Papa marca o início da vigília de oração, pelas 20h30, durante a qual três jovens farão perguntas ao pontífice sobre os temas amizade, coragem e espiritualidade.
Estima-se que cerca de um milhão de participantes passem a noite no local, onde Leão XIV vai presidir à Missa, pelas 09h00 de domingo.
O Jubileu dos Jovens conta com 11 527 participantes portugueses, a maior delegação num evento do género, no estrangeiro.
CB/OC