Jubileu: Adolescentes portugueses vieram a Roma celebrar vida de Francisco, em banhos de multidão

Vários grupos passaram por São Pedro e Santa Maria Maior, num programa diferente, mas igualmente intenso

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 27 abr 2025 (Ecclesia) – Milhares de jovens portugueses participaram desde sexta-feira, no Vaticano, no Jubileu dos Adolescentes, celebrando a memória de Francisco e o legado do Beato Carlo Acutis, cuja canonização foi adiada devido à morte do Papa.

João Ganhoteiro Silva, da Paróquia da Ericeira (Patriarcado de Lisboa), é um dos animadores de um grupo de 130 jovens, que levou a Roma uma delegação de 20 elementos, para esta celebração do Ano Santo, que decorreu sob o signo da “esperança”, como pedia o falecido Papa.

“A Igreja perde o seu pastor, um pastor que é importante, porque é a única referência que estes jovens tiveram”, recorda.

A esperança, refere à Agência ECCLESIA junto à Basílica de Santa Maria Maior, motivou o grupo a “rezar pela Igreja, nesta última semana, a rezar pelos cardeais que vão estar reunidos em Conclave, a rezar por todos aqueles que têm esta função de guiar a Igreja e pelo futuro Papa”.

Apesar das mudanças no programa, todos quiseram “estar em Roma, unidos com toda a Igreja, poder participar nas cerimónias fúnebres e poder estar hoje com tantos outros adolescentes de todo o mundo”.

“Continuamos a olhar para as duas figuras, tanto para o Papa Francisco como para Carlo Acutis, como referências, tendo a esperança como pano de fundo para não perder a fé”, acrescenta o responsável.

João Ganhoteiro Silva considera que o Papa “ajudou a descomplicar, ajudou a aproximar as pessoas”, com o seu entendimento da “questão da exclusão” e das periferias.

“Foi um verdadeiro pastor”, conclui.

De manhã, na longa Avenida que liga Roma ao Vaticano, estava um grupo da Quarteira, Diocese do Algarve, em que Lúcia desempenhava um duplo papel: catequista e mãe de um dos participantes.

“A maior parte de nós já esteve cá na Jornada Mundial da Juventude, em 2000, na altura éramos todos jovens. Atualmente continuamos a nossa caminhada na missão da Igreja, somos pais, somos catequistas e juntamos os dois mundos”, relata à Agência ECCLESIA.

O grupo passou pelas várias Portas Santas do Jubileu, em Roma, e prestou homenagem junto à urna do Papa, na Basílica de São Pedro.

Eulálui, outros dos catequistas do grupo, admite que a preparação dos últimos dias foi diferente, com a morte de Francisco e o adiamento da canonização do Beato Carlo Acutis, mas entende que fazia “sentido” manter a peregrinação jubilar.

“Eles estão presentes de outra maneira hoje, não da maneira esperada, mas continua a fazer sentido vir cá”, refere, elogiando a “impressionante massa humana, de jovens e de adolescentes” que encontrou este domingo no Vaticano.

O entrevistado recorda ainda que o primeiro Ano Santo convocado por Francisco tinha sido o Jubileu extraordinário da Misericórdia (2016) e que este II Domingo de Páscoa é o da Divina Misericórdia.

Maria e Salvador eram dos dois participantes, participando atualmente no 6.º ano do ciclo de Catequese da Igreja Católica em Portugal.

Maria recorda que a recolha de fundos para estarem presente em Roma começou já no verão de 2024, tendo a preparação passado ainda pela divulgação do percurso de vida do jovem Carlo Acutis (1991-2006), patrono da JMJ Lisboa 2023.

Para Salvador, a presença de tantos adolescentes da sua idade tornou a celebração “mais emocionante, mais fixe”.

OC

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