D. José Tolentino Mendonça sublinhou importância de «inculturar o Evangelho»
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Cidade do Vaticano, 18 fev 2025 (Ecclesia) – O Dicastério para a Cultura e a Educação promoveu esta segunda-feira um encontro com representantes de centros culturais católicos, no âmbito das celebrações jubilares dedicadas ao setor.
“Queremos trabalhar em comunidade”, disse o cardeal D. José Tolentino Mendonça, prefeito do organismo da Cúria Romana, em declarações divulgadas pelo portal de notícias do Vaticano.
O responsável português tinha presidido, este domingo, à Missa do Jubileu dos Artistas e do Mundo da Cultura, em nome do Papa, na Basílica de São Pedro.
Segundo o ‘Vatican News’, o encontro desta segunda-feira reuniu cerca de 40 delegados de vários continentes, pertencentes a universidades, dioceses e congregações religiosas, incluindo a ‘Capela do Rato’, em Lisboa.
“Para que servem os centros culturais? E porque é que a Igreja precisa deles? Porque também no nosso tempo é necessário inculturar o Evangelho”, indicou D. José Tolentino de Mendonça.
Para o cardeal português, estes responsáveis são “artesãos”, porque “ao contrário do modelo industrial, mecânico e estandardizado, o artesão trabalha os fios do Evangelho no tecido da vida quotidiana”.
Os centros culturais católicos existem precisamente porque a Igreja acredita no valor da comunidade. Queremos um projeto que ultrapasse os interesses e os desejos individuais. Esta capacidade de sonhar, de pensar em conjunto o trabalho cultural é algo que nos é muito caro”.
“Queremos reavivar uma rede que é muito importante para nós, que é precisamente a rede de centros culturais”, assinalou, por sua vez, o arcebispo Paul Tighe, secretário do Dicastério.
“O diálogo entre fé e cultura é um diálogo que exige riscos da nossa parte, bem como da parte dos artistas e dos homens de cultura, mas é fundamental para nós”, acrescentou.
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Ainda no contexto deste Jubileu, a Avenida da Conciliação, que liga o Vaticano a Roma, ganhou um novo espaço de exposições, a ‘Conciliazione 5’, onde instalações artísticas podem ser contempladas a partir da rua.
“É um quarto que se abre para o mundo”, refere o arquiteto Roberto Cremascoli, responsável pela concepção do espaço.
“Se uma pequena parte das pessoas que passam pela Via della Conciliazione olharem para dentro e forem olhados pela janela – neste caso, pelos retratos que estão expostos aqui na janela – já vai ser um grande resultado”, acrescentou.
Intitulada ‘Oltre il muro’ – Além do muro – a exposição que inaugurou o local apresenta 27 retratos pintados pelo artista chines Yan Pei-Ming, com presos da ‘Regina Caeli’, de Roma, cadeia onde o Papa abriu uma Porta Santa, em dezembro de 2024, guardas prisionais, educadores ou capelães.
OC
Jubileu 2025: «Esperança é um bem de primeira necessidade» – D. José Tolentino Mendonça
Jubileu 2025: «Esperança é um bem de primeira necessidade» – D. José Tolentino Mendonça