Jubileu 2025: Papa defende «compromisso social» como marca do Ano Santo 

Francisco preside a Missa no VI Domingo da Palavra de Deus, com instituição de leitores e leitoras de vários países 

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 26 jan 2025 (Ecclesia) – O Papa afirmou hoje, no Vaticano, que o “compromisso social” deve ser uma marca do Jubileu que a Igreja Católica está a viver em 2025. 

“Quando Deus reina, o homem está salvo. O Senhor vem visitar o seu povo, cuidando dos humildes e dos infelizes. Este Evangelho é palavra de compaixão, que nos chama à caridade, a perdoar ao próximo, a um generoso compromisso social”, disse, na homilia da Missa a que presidiu na Basílica de São Pedro, por ocasião do VI Domingo da Palavra de Deus. 

A celebração assinalou ainda o encerramento do Jubileu da Comunicação, que levou a Roma milhares de profissionais de setor, de 138 países, incluindo Portugal. 

Francisco apresentou uma reflexão a partir da passagem do Evangelho segundo São Lucas, lido nas celebrações deste domingo, em todo o mundo, na qual “Jesus se revela como Messias”, uma “feliz coincidência” no início do Ano Santo. 

“Este Evangelho é palavra de misericórdia, que nos chama a ser testemunhas apaixonadas de paz, solidariedade e reconciliação”, apontou. 

A homilia aludiu a um conjunto de ações que caracterizam o Messias, “uma missão única e universal”. 

“O Messias abre-nos os olhos do coração, muitas vezes ofuscados pelo fascínio do poder e da vaidade: doenças da alma, que impedem de reconhecer a presença de Deus e tornam invisíveis os fracos e os sofredores”, indicou o Papa. 

Francisco disse que “nenhuma escravatura resiste à ação do Messias” e que “o mal tem os dias contados, porque o futuro é de Deus”. 

“Este Evangelho é palavra de liberdade, que nos chama à conversão do coração, à honestidade de pensamento e à perseverança na provação”, acrescentou. 

As guerras, as injustiças, a dor e a morte não terão a última palavra: o Evangelho é, efetivamente, palavra viva e certa, que nunca desilude”.  

Foto: Lusa/EPA

Durante a celebração, o Papa confere o ministério do leitor a 40 leigos e leigas, provenientes de 11 países: Albânia, Argentina, Áustria, Bolívia, Brasil, Eslovénia, Filipinas, Islândia, Itália, México e Polónia. 

“Estamos gratos e rezamos por eles. Comprometamo-nos todos a levar a Boa Nova aos pobres, a proclamar a libertação aos cativos e a vista aos cegos, a mandar em liberdade os oprimidos e a proclamar o ano favorável da parte do Senhor. Então sim, transformaremos o mundo segundo a vontade de Deus, que o criou e redimiu por amor”, apelou. 

Foi o próprio Francisco quem estabeleceu que as mulheres tivessem acesso aos ministérios de leitor e acólito com o motu proprio ‘Spiritus Domini’ que foi publicado a 11 de janeiro de 2021. 

O VI Domingo da Palavra de Deus tem como lema um versículo do Salmo 119, ‘Espero na tua Palavra’. 

Todos os presentes na Basílica de São Pedro receberam a oferta de uma cópia do Evangelho segundo São Lucas. 

“Devemos habituar-nos mais à leitura da Bíblia”, sustentou o Papa, repetindo a recomendação de ter uma versão de bolso dos Evangelhos, para ler algumas passagens, ao longo do dia. 

O Ano Santo, 27.º jubileu ordinário da história da Igreja, foi proclamado pelo Papa Francisco na bula intitulada ‘Spes non confundit’ (A esperança não engana) e teve início no dia 24 de dezembro de 2024, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, e termina no dia 6 de janeiro de 2026. 

OC 

Durante a Missa desta manhã, os participantes rezaram por todos aqueles que trabalham no mundo das comunicações, para que “saibam ser instrumentos de informação, colocando em primeiro lugar o respeito e a dignidade da pessoa humana”. 

Já na recitação do ângelus, o Papa saudou os jornalistas e os profissionais da comunicação que viveram o seu Jubileu.

“Exorto-os a serem sempre narradores de esperança”, apelou.

O Jubileu da Comunicação começou esta sexta-feira, na Basílica de São João de Latrão, com uma liturgia penitencial seguida da Missa internacional da festa de São Francisco de Sales, presidida pelo cardeal Baldo Reina, vigário-geral da Diocese de Roma. 

O programa de sábado incluiu a peregrinação à Porta Santa da Basílica de São Pedro, seguida de uma audiência com o Papa Francisco no Auditório Paulo VI, onde intervieram a jornalista Maria Ressa, prémio Nobel da Paz e diretora da plataforma ‘Rappler’, e Colum McCann, escritor e cofundador da rede ‘Narrative 4’. 

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