Francisco fala em «gesto de grande esperança, que concretiza uma das intenções deste ano jubilar»
Cidade do Vaticano, 19 jan 2025 (Ecclesia) – O Papa agradeceu hoje, no Vaticano, a libertação de 553 pessoas que estavam a cumprir penas, nas cadeias de Cuba, como resposta ao seu apelo para uma amnistia, no Jubileu 2025.
“Há alguns dias, foi anunciada a libertação de um grupo de prisioneiros das prisões cubanas. Trata-se de um gesto de grande esperança, que concretiza uma das intenções deste ano jubilar”, disse, após a recitação da oração do ângelus, desde a janela do apartamento pontifício.
Francisco deixou votos de que, nos próximos meses, “continuem a realizar-se iniciativas deste género nas várias partes do mundo, que incutam confiança ao caminho das pessoas e dos povos”.
O Governo de Cuba anunciou na última terça-feira a libertação de 553 pessoas, “no espírito do Jubileu ordinário de 2025”.
A Igreja Católica iniciou a 24 de dezembro de 2024 a celebração do terceiro Jubileu dos últimos 25 anos, um Ano Santo convocado pelo Papa; dois dias depois, Francisco uma porta santa numa cadeia de Roma.
O Jubileu, com raízes no ano sabático dos judeus, consiste “num perdão geral, uma indulgência aberta a todos, e na possibilidade de renovar a relação com Deus e o próximo”, explica o Vaticano.
O Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro Ano Santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos.
Na bula de convocação do Jubileu 2025, Francisco defende uma amnistia para os presos, como sinal de “esperança”,
“Proponho aos governos que, no Ano Jubilar, tomem iniciativas que restituam esperança aos presos: formas de amnistia ou de perdão da pena, que ajudem as pessoas a recuperar a confiança em si mesmas e na sociedade; percursos de reinserção na comunidade, aos quais corresponda um compromisso concreto de cumprir as leis”, indica o texto, intitulado ‘Spes non confundit’ (A esperança não desilude).
A 6 de janeiro deste ano, o cardeal D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal, apresentou ao presidente da Assembleia da República um pedido de amnistia para reclusos.
“Apresento-me perante vossas excelências interpretando o mandato do Papa Francisco, pedindo, convidando, exortando, a que possa o Parlamento refletir sobre a oportunidade de uma Lei de Amnistia de Infrações e Perdão de Penas no contexto dos 50 anos do regime democrático e do Ano Jubilar 2025”, refere a carta entregue a José Pedro Aguiar-Branco e dirigida também aos diferentes grupos parlamentares.
OC
Ainda esta manhã, o Papa evocou a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (18-25 de janeiro), uma iniciativa anual de iniciativas ecuménicas.
“Não deixemos de invocar de Deus o dom precioso da plena comunhão entre todos os discípulos do Senhor”, pediu. Perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, Francisco apresentou uma reflexão inspirada no relato do Evangelho sobre as Bodas de Caná, nas quais Jesus transforma a água em vinho, como símbolo da resposta de Deus às necessidades do ser humano. “Diante da falta, quando o Senhor dá, dá em superabundância”, observou. O Papa deixou votos de que o Ano Santo ajude a “redescobrir a alegria do encontro com Jesus”. |