Amnistia é uma das propostas centrais de Francisco para o Ano Santo
Lisboa, 15 jan 2025 (Ecclesia) – O Governo de Cuba anunciou esta terça-feira a libertação de 553 pessoas que estavam a cumprir penas, nas cadeias do país, como resposta ao apelo do Papa para uma amnistia, no Jubileu 2025.
“No espírito do Jubileu ordinário de 2025, o Estado cubano liberta pessoas que estavam a cumprir penas”, refere uma nota divulgada pela presidência cubana.
O comunicado oficial destaca que o Governo cubano e o Estado do Vaticano têm mantido contactos, nos últimos anos, falando numa “relação respeitosa, franca e construtiva”.
Nos primeiros dias de janeiro, o presidente Díaz-Canel dirigiu uma carta ao sumo pontífice na qual, no espírito do Jubileu ordinário de 2025 declarado por sua santidade e que acaba de começar, comunicava a decisão de beneficiar com a concessão da liberdade a 553 pessoas punidas em devido processo por diversos crimes previstos na lei”, acrescenta a nota.
O portal de notícias do Vaticano recorda que, em 1998, aquando da visita de São João Paulo II a Cuba, Fidel Castro libertou cerca de 200 pessoas; milhares de prisioneiros voltaram à liberdade na véspera da visita de Bento XVI a Cuba, em 2012; e cerca de 3500 antes da chegada do Papa Francisco, em 2015.
A Igreja Católica iniciou a 24 de janeiro de 2024 a celebração do terceiro Jubileu dos últimos 25 anos, um Ano Santo convocado pelo Papa, que defende uma amnistia para os presos, como sinal de “esperança” – dois dias depois, Francisco uma porta santa numa cadeia de Roma.
O cardeal Seán O’Malley, arcebispo emérito de Boston (EUA) e conselheiro do Papa, saudou a decisão do governo de Cuba.
“Ao longo dos últimos anos, levei mensagens do Papa Francisco aos Presidentes dos Estados Unidos e de Cuba, procurando a libertação dos prisioneiros em Cuba e a melhoria das relações entre os dois países para o bem do povo cubano”, refere, em nota publicada online.
“O presidente Biden anunciou que os Estados Unidos farão concessões significativas para melhorar a vida do povo cubano. Esta ação teve como resultado a decisão do governo cubano de responder ao pedido do Papa Francisco, em nome dos prisioneiros”, acrescenta.
O Jubileu, com raízes no ano sabático dos judeus, consiste num “perdão geral, uma indulgência aberta a todos, e na possibilidade de renovar a relação com Deus e o próximo”.
O Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro Ano Santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos.
O último jubileu foi o Ano Santo extraordinário dedicado à Misericórdia (29 de novembro de 2015 a 20 de novembro de 2016), convocado com a Bula ‘Misericordiae Vultus’ do Papa Francisco.
OC