Jorge Pires Ferreira destaca «desafio admirável para os comunicadores católicos» que vem do tema da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais
Aveiro, 23 jan 2025 (Ecclesia) – O diretor do ‘Correio do Vouga’, da Diocese de Aveiro, destacou que “nada se faz sem uma boa comunicação” no âmbito do Ano Santo 2025, que tem no Jubileu do Mundo das Comunicações a sua primeira grande celebração.
“Com certeza foi intencional começar com o jubileu da comunicação social, porque o jubileu, sem deixar de ser algo pessoal, é para as multidões”, assinalou o Jorge Pires Ferreira, à Agência CCLESIA.
O diretor do ‘Correio do Vouga’ lembra que se dá “a feliz coincidência” do Jubileu do Mundo das Comunicações, entre 24 e 26 de janeiro, coincidir com a festa do patrono dos jornalistas e comunicadores, São Francisco de Sales (24 de janeiro), por isso, afirma, “está tudo ligado”.
O Jubileu do Mundo das Comunicações é a primeira celebração jubilar do Ano Santo 2025 e vai motivar a peregrinação a Roma de diferentes setores profissionais e da pastoral da Igreja Católica, para o diretor do semanário da Diocese de Aveiro é uma responsabilidade acrescida comunicar, informar e anunciar este jubileu centrado na esperança, no mundo atual.
“Os comunicadores não são fazedores. Em princípio, comunicam o que outras pessoas, serviços, organismos fazem. Têm de estar atentos, têm de partir à procura das iniciativas, até porque, em Igreja, há muito gente a fazer coisas positivas longe dos holofotes da imprensa ou dos ‘likes’ [gostos] das redes sociais. E, por vezes, são precisamente esses que deveriam ser mais conhecidos”, desenvolveu .
‘Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações’ (cf. 1 Pd 3, 15-16) é o tema do Dia Mundial das Comunicações Sociais 2025, que vai ser publicada esta sexta-feira, dia 24 de janeiro.
O Papa Francisco, na mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2025, vai alertar contra discursos de ódio, lamentando a violência na comunicação, o que para o diretor do jornal da Diocese de Aveiro “é um desafio admirável para os comunicadores católicos, mais do que para os jornalistas”.
“Entendo que os jornalistas têm que procurar o máximo de objetividade no que escrevem, o máximo de factualidade, o mínimo de subjetividade e de intenções. Mas o mesmo não se passa com os comunicadores católicos não-jornalistas, que, na minha ótima, deveriam ser muito mais apaixonados no que pensam o no que escrevem”, explicou.
A passagem bíblica que dá tema ao Dia Mundial das Comunicações Sociais 2025 – ‘Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações’ – foi tirada da primeira Carta de São Pedro, e, Jorge Pires Ferreira refere que percebe o que diz São Pedro e como a frase escolhida pelo Papa Francisco se adequa a um tempo em que “os ânimos se exaltam tanto e se criam tantos muros e tantas tribos, principalmente por causa das redes sociais e da pluralidade de fontes de informação”
“Considero, por outro lado, que os comunicadores católicos, sem perderem a mansidão, deveriam ter mais combatividade para realçar a proposta cristã/católica. Mais provocação”, acrescentou o diretor do semanário diocesano fundado em 1930.
O Dia Mundial das Comunicações Sociais é a única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II, no decreto ‘Inter Mirifica’, em 1963; assinala-se, em cada ano, no domingo antes do Pentecostes.
‘Peregrinos de Esperança’ é o lema do Jubileu 2025, o jornalista Jorge Pires Ferreira destaca que “um bom desafio” é procurar histórias inspiradoras, “dentro e fora da comunidade católica”.
O jornal ‘Correio do Vouga’, está a acompanhar as principais iniciativas diocesanas, que, até agora, “foram as duas aberturas solenes do jubileu” – na Sé de Aveiro, no dia 29 de dezembro de 2024, e no Santuário de Vagos, que tem a segunda Igreja Jubilar diocesana, no dia 1 de janeiro; neste domingo, dia 26, “haverá os jubileu dos diáconos permanentes” e vão também acompanhar “a realidade mundial” a partir das notícias publicadas na Agência Ecclesia.
De 24 a 26 de janeiro, milhares de jornalistas e comunicadores peregrinos vão estar em Roma para atravessar a Porta Santa, encontrar-se com o Papa e participar em várias iniciativas religiosas e culturais, incluindo dezenas de portugueses.
Numa recente passagem pela Diocese do Algarve, o arcebispo D. Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização (Santa Sé) o organismo responsável pela organização do Ano Santo 2025, disse que querem que “a experiência positiva” dos jornalistas no Jubileu do Mundo da Comunicação “se torne um instrumento para comunicar aos outros a importância do Ano Santo”, em declarações ao jornal ‘Folha do Domingo’ e à Agência ECCLESIA.
O Jubileu 2025, 27.º jubileu ordinário da história da Igreja, foi proclamado pelo Papa Francisco na bula intitulada ‘Spes non confundit’ (A esperança não engana) e teve início no dia 24 de dezembro de 2024, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, e termina no dia 6 de janeiro de 2026.
O Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro Ano Santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, a cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos.
CB/OC
| A Diocese de Aveiro viveu um jubileu diocesano, com o lema ‘Igreja de Aveiro, peregrina na esperança’, em 2023/24, pelos 600 anos do lançamento da primeira pedra da igreja que é a Sé, desde 1938, com as mesmas características que este jubileu universal: Promoveu peregrinações (à primeira Sé, ao túmulo da padroeira, Santa Joana, e à Sé atual) e concedia indulgencia plenária.
“Não sei se D. António Moiteiro combinou alguma coisa com o Papa Francisco, ou se é uma admirável coincidência, ou uma audaciosa antecipação, ou uma natural constatação: a diocese de Aveiro e o mundo estão desesperados, estão a precisar de ser salvos na esperança. Temos dois jubileus seguidos”, explicou o diretor do ‘Correio do Vouga’. |