Patriarca acompanhou os 1600 peregrinos no percurso até Itália para o Jubileu dos Jovens, durante o qual ouviu preocupações desta geração
Carlos Borges, enviado da Agência ECCLESIA ao Jubileu dos Jovens
Lisboa, 30 jul 2025 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa chegou esta terça-feira a Roma para participar no Jubileu, depois de uma viagem de vários dias de autocarro, que ficou marcada pelo contacto com os jovens da diocese que mostraram preocupação com as populações em guerra.
D. Rui Valério explica, em declarações aos jornalistas, que ao longo do percurso foi interpelado pelos jovens que, além de o abordarem pela dificuldade de encontrar tempo para rezar, falaram também de como vivem “o sofrimento dos outros, particularmente daqueles povos que estão debaixo de violência e de guerra”.
“É impressionante esta coisa de que o jovem alberga dentro do seu coração tantas realidades que o fazem sofrer, às vezes em silêncio, às vezes que o próprio jovem não é capaz de tematizar, de expressar convenientemente, mas isto para mim é profundamente edificante”, afirmou o patriarca de Lisboa.
O responsável católico expressou satisfação por saber que “o jovem, afinal, não é uma ilha, não está preenchido só com o seu ego, com os seus assuntos, com os seus problemas, mas tem espaço para viver o problema dos outros, a dificuldade dos outros”.
A comitiva de Lisboa, com cerca de 1600 peregrinos e acompanhada por D. Rui Valério, partiu na madrugada de sábado em 31 autocarros rumo a Roma, onde decorre de 28 de julho a 3 de agosto o Jubileu dos Jovens, que conta com 11 527 participantes portugueses, a maior delegação num evento do género, no estrangeiro.
O patriarca de Lisboa descreve o percurso até à capital italiana como “uma experiência muito rica”, que permitiu a “proximidade com os jovens, estar com eles, ouvir a sua linguagem e as suas preocupações”.
Ao mesmo tempo, D. Rui Valério realça a presença de Cristo, através dos momentos de oração comunitária, bem como nos momentos de solidão, “de cada um, sozinho, no seu tu a tu com Jesus”.
“E em terceiro lugar, foi aquela experiência que pelo facto de viajarmos, não sabermos bem o que vamos encontrar, este sentido do certo imprevisto, isto é profundamente pedagógico para os nossos jovens”, indicou.
Para Lisboa, o patriarca espera que os jovens levem dentro de si “uma alegria e uma vontade de serem Igreja, de serem cristãos”.
“Quero que eles levem dentro de si um amor grande por Jesus, a partir da certeza e da experiência de que Jesus os ama e gosta deles também”, acrescentou.
O Jubileu dos Jovens é um dos eventos centrais do Ano Santo, convocado pelo Papa Francisco e continuado por Leão XIV.
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