Colaborador do Papa sublinha «força» das imagens do pontificado de Francisco
Cidade do Vaticano, 24 jan 2025 (Ecclesia) – O cardeal português D. José Tolentino Mendonça pediu hoje, no Vaticano, uma maior valorização da dimensão religiosa na informação, destacando a “força” das imagens do pontificado de Francisco.
“A religião continua a ser uma chave determinante para entender o presente. Não se entende o presente sem a religiosa, não se entende a cultura removendo a dimensão religiosa e espiritual”, referiu, num encontro com profissionais portugueses da comunicação, que participam nas celebrações do Jubileu dedicado a este setor.
O prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação (Santa Sé) falou do Papa como “alguém que aposta continuamente na comunicação”, na “qualidade daquilo que tem para transmitir”.
Para o cardeal português, existe o perigo da “terraplanagem” no jornalismo, limitado a “duas ou três agendas”.
“Nesse sentimento de inconformismo, nós somos aliados”, assinalou.
D. José Tolentino Mendonça assumiu o desejo de um “relevo noticioso maior” para o que a Igreja tem a transmitir, falando na necessidade de um “trabalho de persuasão”.
“A Igreja é um aliado da sede, do desejo de sentido e liberdade que as pessoas transportam no seu coração”, observou, apontando ao tema do Jubileu 2025, dedicado à esperança.
O responsável católico aludiu ao papel que a Igreja desempenha em várias partes do mundo, com uma “credibilidade muito ampla”, em campos como a educação.
“Há uma rede de confiança, uma rede de serviço que a Igreja desenvolve e é fundamental”, acrescentou.
O colaborador do Papa considerou que existe “um sopro de novidade, no magistério de Francisco” e um “grande trabalho no desarmamento dos corações”.
O cardeal Tolentino Mendonça falou de “uma crise das democracias”, apontando o dedo à atuação de forças transnacionais que colocam em causa as instituições
A reflexão abordou, em particular, a “força das imagens novas, imagens que ele produziu, transmitiu, coreografou”, como aconteceu na oração durante a pandemia, na Praça de São Pedro, ou na última Assembleia do Sínodo dos Bispos.
Jornalistas, colaboradores de jornais, de rádios e de gabinetes de imprensa, assim como responsáveis pelo setor da comunicação na Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) estão a participar no Jubileu do Mundo das Comunicações, entre hoje e domingo, em Roma.
“Normalmente os jornalistas assistem, interpretam e dão a notícia de coisas que outros vivem. Este Jubileu coloca-vos como protagonistas”, observou o cardeal português.
Para D. José Tolentino Mendonça, esta é uma “grande experiência espiritual”, que se liga a um magistério que tem conseguido “injetar esperança”.
A presença do grupo de Portugal começou com um diálogo sobre o tema ‘Francisco, um pontificado de esperança’, que com a presença da primeira mulher responsável por um Dicastério na Cúria Romana, a irmã Simona Brambilla, prefeita do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica,
A religiosa destacou a “dimensão simbólica” desta nomeação, que “abre uma reflexão, um diálogo, abre pistas”.
Já o padre Antonio Spadaro, subsecretário do Dicastério para a Cultura e Educação, falou do Papa como alguém “sempre disponível ao diálogo”, tanto no plano geopolítico como a nível das Igrejas cristãs
“É o único líder religioso com quem todos podem falar”, declarou.
Milhares de jornalistas e comunicadores peregrinos estão em Roma para atravessar a Porta Santa, encontrar-se com o Papa e participar em várias iniciativas religiosas e culturais.
O acolhimento tem lugar esta tarde, na Basílica de São João de Latrão, com uma liturgia penitencial seguida da Missa internacional da festa de São Francisco de Sales, presidida pelo cardeal Baldo Reina, vigário-geral da Diocese de Roma.
A basílica papal vai acolher a relíquia de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas.
OC
O programa de sábado começa com a peregrinação à Porta Santa da Basílica de São Pedro, seguida de uma audiência com o Papa Francisco no Auditório Paulo VI. O encontro com Francisco é precedido por reflexões de “duas grandes testemunhas de uma comunicação de esperança”, informa o Vaticano: Maria Ressa, jornalista, prémio Nobel da Paz e diretora da plataforma ‘Rappler’, e Colum McCann, escritor e cofundador da rede ‘Narrative 4’. Na tarde de sábado, decorre em vários locais a iniciativa ‘Diálogo com a cidade: encontros culturais e espirituais’, encontros – na sua maioria abertos ao público – organizados por várias instituições para abordar o tema da relação entre a Comunicação e a Igreja. A Santa Sé promove ainda o encontro ‘Unir os comunicadores para um caminho comum”, iniciativa dedicada a um grupo de 150 jovens profissionais da comunicação provenientes de mais de 60 países, incluindo Portugal. O programa do Jubileu da Comunicação encerra-se com a Missa presidida por Francisco, na Basílica de São Pedro, pelas 09h30, assinalando ainda o VI Domingo da Palavra de Deus. De 27 a 29 de janeiro vai decorrer a Conferência Internacional dos Comunicadores Institucionais Católicos, na qual participam 200 bispos, presidentes das Comissões Episcopais para a Comunicação e diretores dos gabinetes de comunicação de Conferências Episcopais e Institutos Religiosos.
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